Catedral de Roskilde, Grande Copenhague – 11h30
O caixão estava saindo. Marcus viu o cortejo do estacionamento, enquanto dava
um telefonema.
- Oi, chefe – respondeu a voz de Trane.
- A Eva.
Marcus se deu conta de que tinha ficado sem ar. A manga do blazer havia rasgado
na costura. Ele quase conseguia sentir o gosto das lágrimas, da urina, da raiva de
Eva. - Você está bem?
- Não vejo onde ela está – disse Marcus, tentando parecer sereno.
- Um instante.
Marcus contemplou o funeral. Estavam colocando o caixão no carro fúnebre.
“Idiota”, pensou, e sentiu uma pontada de raiva. Naquele instante, teria matado
Brix outra vez, se pudesse. Não fosse a decisão fatal de Brix naquela noite, Marcus
não precisaria estar ali agora. - Chefe?
- Diga.
- Ela desligou o celular.
- Tem certeza? Ela saiu daqui num Mazda.
- Você tem a placa?
- Um Mazda velho. Vermelho.