Lille Colbjørnsensgade, distrito de Vesterbro, Copenhague – 0h35
Marcus ouvia Trane pelo fone quando saiu correndo por onde tinha chegado.
- Por que você não a pegou? – perguntou Trane. – Por que não a tirou de lá?
Marcus quis responder, mas não conseguiu. - Para onde ela foi? – perguntou por sua vez.
- Saiu correndo, talvez para os lados da Istedgade. Quer que eu vá pegá-la?
- Não!
Marcus surpreendeu-se com o tom de sua própria voz. Ele estava na rua. Viu Eva
por um instante fugaz, iluminada por um táxi que passava. - Já a vi – disse a Trane, e saiu correndo atrás dela.
O que teria acontecido?
Marcus se fez essa pergunta enquanto reduzia pouco a pouco a distância até
aquela mulher. Por que não tinha dado cabo de tudo quando a teve presa no duto
de ventilação? Nunca mais seria tão fácil. Não teria nem precisado apontar. No
entanto, o dedo no gatilho se recusou a obedecer. Ele tinha saído do banheiro por
um momento. Ficou parado no meio daquele quarto modesto de hotel; havia
deixado a pistola em cima da cama. Juntou as mãos, como se a rigidez provocada
pelo frio tivesse sido o que o impediu de comandar o dedo indicador direito. - Chefe?
- Estou indo atrás dela – respondeu Marcus.
Atravessou a rua. Ele a via, não estava longe. Talvez agora fosse mais fácil. Era um