- E o nenê?
- Está... – A mulher sorriu, desistindo de encontrar as palavras certas.
- Logo mais a gente se fala – disse Liv, e sorriu para Bashira antes de abrir uma
porta e olhar para Eva. – Aqui dá para eu e você conversarmos um pouco. Sente-se.
Eva, de costas para a janela, sentou-se à mesa quadrada. Tentou recostar-se na
incômoda cadeira de madeira. Pensou em cruzar as pernas, mas lhe pareceu uma
postura indolente demais, e acabou optando pelo contrário – aproximou a cadeira
o máximo que pôde da mesa e apoiou os cotovelos no tampo, como se fosse uma
colegial aplicada e atenta. - Muito bem – disse Liv, e colocou uma xícara de café na mesa, em frente a Eva,
antes de afastar uma das cadeiras e sentar. – Você pode me dizer o seu nome? - Eva.
- Só Eva?
- Se possível.
- OK, Eva. Veja bem, ninguém vai ter como fazer mal a você aqui. Temos
vigilância vinte e quatro horas. Câmeras de vídeo, linha direta com a polícia,
alarmes em todas as janelas. O socorro chega num instante. – Colocou a mão sobre
a de Eva, mas apenas brevemente. Tinha a mão quente, de um jeito agradável. –
Você está entendendo? - Estou.
- Você está vindo de onde?
Eva pensou na mentira. Uma mulher maltratada podia conviver com que tipo de
homem? Com o tipo que havia entrado à força na casa dela. Um psicopata com
magnetismo de psicopata. - Eva?
- Do apartamento do meu namorado – respondeu Eva, e pensou nele, em seus
olhos. - Vocês moram juntos?
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1