A Santa Aliança

(Carla ScalaEjcveS) #1

  • Doze e meio.

  • E como é que você se chama?
    Ele não quis responder. Olhou para os sapatos. Caros, da Lloyd.

  • Pois bem. Vamos para a Chefatura – disse Eva, e o agarrou pelo pescoço.

  • É Rune! OK?

  • OK, Rune. Agora escute bem. Quando a gente pergunta o que você tem aí na
    mão, você já é meio grandinho para dizer “nada”. Você não é mais nenê, é?

  • Não.

  • Então responda: o que é que você tem aí na mão?
    O menino levantou o saco transparente para que Eva visse. Pedacinhos de alguma
    coisa branca, talvez giz.

  • O que são essas coisas?
    Rune deu de ombros. Eva abriu o saquinho. Tirou um daqueles fragmentos
    brancos, não muito maior que um botão de camisa.

  • É giz?
    O menino fez que não. Eva tirou um pedaço maior; era branco e... avermelhado?
    Foi o cabelo ruivo colado a um dos pedaços que finalmente fez Eva compreender o
    que estava segurando.


Quando os outros dois garotos viram Eva e Rune se aproximar, não fizeram
menção de fugir. Rune era o líder, a brincadeira tinha acabado, eles já tinham se
resignado. Eva viu que os outros dois continuavam com os saquinhos plásticos na
mão. Rune tinha contado que o plano era recolher todos os pedaços; estavam
vasculhando o chão da floresta já fazia dias. Depois de recolhidos todos os pedaços,
sentariam em casa e reconstituiriam o crânio, como se fossem as peças de um
modelo para montar, com cola e cuidado. E isso valeria mais até que o modelo do
avião mais irado do mundo! O resultado seria assombroso e lhes granjearia o

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