conservam as touradas.
- David!
Marcus o agarrou pelo braço, com delicadeza. - O quê?
- Faça com que ninguém veja você, OK?
- Eu... – David não terminou a frase.
- Do que você queria falar?
- Não me sinto à vontade com isto tudo.
- É que a situação, neste momento, não é mesmo confortável. Há muitas
incógnitas. O velho. Alguém mais pode nos ver quando sairmos da mata. São
testemunhas demais. Era nisso que você estava pensando? - Era.
- O que sugere? Que a gente se renda? – Olhou para David.
David sorriu de leve e voltou a balançar negativamente a cabeça. Ambos sabiam
que Marcus estava seguindo o manual à risca: quando o amigo ou os subordinados
são tomados pelo pânico, deve-se procurar fazer que olhem para a frente, que
pensem no que vai ocorrer de imediato e, depois, no que vai vir na sequência. É
preciso conseguir que enfrentem a situação, por mais desesperadora que pareça. - Não ouvi, soldado – sussurrou Marcus, embora David não tivesse dito nada.
- Não. Não devemos nos render.
- Muito bem. Você volta. Tente fazer que não o vejam. Livre-se do paletó. Corra
bem junto da mata, mantenha-se afastado de todo mundo. Você tem dinheiro? - Tenho.
- Quando sair da mata, tente pegar um táxi. Sente atrás do motorista, esconda o
rosto, mas sem dar muito na vista. OK? - OK.
- E agora, vá.
David se afastou correndo, quase sem fazer ruído, com o corpo ligeiramente