elevador. – Você joga tênis?
- Hã? Não.
- Força muito os joelhos. Por isso evito escadas.
- O que é que você quer me mostrar?
- Por aqui.
Outro corredor. Escritórios de ambos os lados. Piso de linóleo. Nada nas paredes.
O legista cumprimentou um colega com quem cruzaram. - Aqui, naquele canto, é onde eu fico – disse, apontando.
A porta estava entreaberta. Tinham preparado uma armadilha para Eva? - Com um pouco de mágica, dá até para conseguir café. Que tal?
O legista abriu a porta, e entraram no escritório.
Eva percorreu com o olhar aquele recinto grande, quase quadrado. De um lado, a
escrivaninha; do outro, um sofá de três lugares. Prateleiras com livros, pastas e
fichários. - Aqui a gente está em segurança? – perguntou Eva.
- Você está falando de quê?
- De tudo um pouco. – Eva deu de ombros e se aproximou da janela. Olhou para
a rua. Havia algum carro suspeito lá embaixo? Alguma coisa fora do normal? - Agora vou mostrar o que queria – disse Hans Jørgen, e ligou um aparelho que
havia sobre a mesa. Uma luz, vinda de baixo, iluminou algo que estava em cima de
uma placa de vidro. Eva não pôde deixar de pensar no velho retroprojetor de seus
tempos de escola primária. - O que é?
Eva se aproximou. Agora estava vendo: os pedaços de crânio se dispunham um ao
lado do outro, como peças de um quebra-cabeça literal. - Foi um trabalho danado para juntar. Mas, preciso reconhecer, os meninos se
empenharam de verdade; não falta nada – disse o legista. – Você se lembra da
bomba de Lockerbie?