folheando um jornal. Uma mãe jovem e o filho pequeno liam livros infantis num
sofá. Não fosse por essas pessoas, Eva estaria sozinha ali. Uma busca rápida no
computador indicou que acharia as biografias dos membros da Casa Real na Seção
99.4 e que os livros de história da Dinamarca estavam na Seção 96.
Primeiro as biografias. Na biblioteca, havia de todo tipo – políticos sem graça,
jogadores de futebol, chefes de gangues de motoqueiros. Pelo visto, não existia
personalidade insignificante para a indústria editorial. E os biógrafos da Casa Real
tampouco se reprimiam, é claro. Havia biografias de toda e qualquer pessoa que, no
decorrer da história, tivesse ostentado o que pudesse assemelhar-se mesmo
remotamente a um título nobiliárquico. Reis e rainhas, príncipes e princesas.
Duques e duquesas, condes e condessas, barões e baronesas. Eva escolheu uma
biografia da rainha Margarida, outra do príncipe consorte Henrique e um livro de
entrevistas, com o príncipe herdeiro, que se intitulava Frederico, herdeiro do Reino
da Dinamarca.
Ficou de cócoras e os folheou. Encontrou um capítulo sobre as joias e os vestidos
da rainha. Outro sobre a decoração do complexo de Amalienborg. Não demorou a
constatar que a maior parte do que estava publicado era só publicidade.
Notou que suas pernas estavam dormentes e ficou em pé. Andou um pouco, para
deixar o sangue fluir, antes de ir para o objetivo seguinte – os livros sobre a Casa
Real em que esta era vista de uma perspectiva histórica. Passou os dedos pelas
lombadas. Estavam empoeiradas. Não eram exatamente livros pelos quais fosse
preciso fazer fila. Eva escolheu uns que lhe pareceram menos chatos. Sorriu para o
senhor de cabelos brancos, que naquele momento passava a seu lado; nisso, o olhar
de Eva se deteve em dois livros que estavam na mesa contígua. Pelos títulos, ficava
claro que eram livros críticos à Casa Real. Folheou um deles. Para que a Dinamarca
precisa de monarquia?, lia-se na lombada. O outro tratava de finanças. O primeiro
capítulo era “Quanto a Casa Real custa de fato à sociedade dinamarquesa?”
Eva sentou na seção infantil e começou a folhear os livros de história. O menino
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
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