braço e fez com ela o caminho de volta, escada rolante acima. Ah, lá estavam as
plataformas; agora as via.
- Thank you!
- Prego.
Eva estava ensopada de suor quando enfim achou a poltrona 53, janela. Ensopada
e esbaforida. A mulher que seria sua vizinha por mais algumas horas a olhou
contrariada. Sentiu-se jeca quando se deixou cair na poltrona. Nem de longe se
parecia com as gatonas romanas que a rodeavam. Perfeitas, bem-vestidas, bonitas,
impecáveis. Ficou olhando as mulheres ao mesmo tempo que o trem se punha em
movimento. Unhas compridas e pintadas, maquiagem que devia exigir pelo menos
uma hora pela manhã, penteados que demandavam cuidados profissionais toda
semana. E as roupas!... - Oh my God! – sussurrou, e balançou negativamente a cabeça. – In your dreams,
Eva.
Naquele momento, era uma mulher maltratada que tinha ficado para trás no
sistema. Uma fracassada. Estava muito longe de suas irmãs que ocupavam as outras
poltronas.
Mesmo assim, uma delas lhe lançou um sorriso.