no mundo com uma missão – disse Claudia enquanto seus olhos vigiavam o tráfego
pelo retrovisor.
- E, se foi Deus quem botou os monarcas no mundo, eles têm a obrigação de
instaurar o Reino de Deus? – disse Eva. - Você está muito a par do assunto. É, os monarcas se veem desse jeito. Era o que
faziam naquela época e é o que fazem hoje. Com a graça de Deus. - E o Christian se via desse jeito.
- Sim.
- Ele era lobista da monarquia dinamarquesa? É isso?
- Você é como todos os outros. Acha que estamos falando de um país concreto.
Das princesas de contos de fadas e dos desfiles ridículos quando casa alguém da
realeza britânica ou dinamarquesa. - Então explique o que acontece de verdade.
- Imagine as famílias mais poderosas do mundo. Sete grandes monarquias, mais
umas menores. Estão no poder faz mil anos ou mais. Em princípio, são uma grande
família. Do que você acha que eles falam quando se reúnem? E se reúnem bastante. - Falam de... Ah, não sei – disse Eva, e se arrependeu na mesma hora. Deu a
entender que era incapaz de pensar direito. No entanto, percebia aonde Claudia
queria chegar e preferia ouvir de sua boca a ficar conjeturando. - Você acha que falam de vestidos de noite e bailes de gala? Como vão posar para
os fotógrafos na próxima festa? - Conte tudo, Claudia. Conte o que você sabe. Do jeitinho que o Christian
explicou. - Eles comentam é como manter o poder. E como restaurar o trono dos
monarcas depostos. Vou dar um exemplo. Faz uns anos, em 2004, os dois rivais que
disputam o trono italiano caíram no braço em Madri, no Palácio de La Zarzuela. Se
você quiser, vai achar a história nos jornais; não é segredo nenhum. O príncipe
Vítor Manuel, que é filho do rei deposto, deu uns socos no príncipe Amadeu, que é