A Santa Aliança

(Carla ScalaEjcveS) #1

Via Bartolomea Capitanio, Roma – 17h30


Eva estava num táxi. Desde manhã, tinha ficado praticamente o tempo todo
dentro de veículos. Fazia apenas vinte minutos que Claudia a tinha deixado em
Roma. Haviam se abraçado, e Eva tinha sentido aquele aroma de infância e
inocência que Christian Brix achara promissor o bastante para arriscar tudo por
ele. E Eva dava razão a Brix. Se algum dia houve mulher que mereceu aquilo, estava
óbvio que Brix a tinha encontrado. Ainda que tarde demais. Eva tinha prometido
que não tornaria a telefonar para Claudia, que não traria até ela o rastro de morte e
tragédia. Chegou a prometer isso três vezes, até que Claudia a deixou enfim ir
embora. Mas será que Claudia não gostaria de saber o final da história caso Eva
descobrisse como Brix tinha morrido? Não. Ele estava morto, e ponto. Se Claudia
ainda pretendesse aproveitar um pouco que fosse da vida que lhe restava, teria de
esquecer Brix; esquecê-lo por completo. E incitou Eva a fazer a mesma coisa.



  • Via Bartolomea – disse o taxista, e olhou para o taxímetro. – Chiuso! Sì?
    Tinha sido ali? Uma pilha de cascalho bloqueava a rua.

  • Sì? – disse o taxista, e repetiu: – Via Bartolomea!

  • Sì.
    Eva pegou vinte euros.
    O taxista olhou para o dinheiro como se aquilo estivesse longe de ser suficiente. O
    taxímetro indicava dezoito e cinquenta.

  • Return, return – disse o taxista, e desatou uma lenga-lenga italiana segundo a

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