- O Palácio Moltke. Aqui – disse Rigmor, e, com cuidado, empurrou o cálice de
xerez alguns centímetros na mesa. – O palácio é a ala sudoeste do complexo de
Amalienborg.
Eva assentiu com a cabeça e pensou em Malte. Aquilo correspondia à direção em
que o menino tinha olhado. - O Palácio Moltke...
- O conde Adam Gottlob Moltke – disse Rigmor. – Um dos homens mais
importantes do país no século XVIII. Um senhor feudal germano-dinamarquês que
teve muita influência sobre Frederico V. Tanta que muita gente diria que quem
governava de fato o país era ele. - A rainha não mora lá?
- Não, os monarcas residem no palácio de Cristiano IX, que fica aqui. – Rigmor
empurrou o cálice de xerez mais uns centímetros. – E o príncipe herdeiro e a
mulher ocupam o palácio de Frederico VIII, aqui. Tenho um livro. – Rigmor pegou
um na estante. Não precisou procurar; sabia exatamente onde estava. – Olhe –
disse, e apontou. – Esta é a parte de dentro do Palácio Moltke. O Salão dos
Cavaleiros. Um dos melhores exemplos de arte rococó em todo o mundo. - Foi aí que jantaram naquela noite?
- Não acho. O salão é grande demais. Tem capacidade para quase duzentas
pessoas. Devem ter usado este outro salão – disse, e mudou de página –, o Rosa.
Tem esse nome porque parte do aparelho de jantar Flora Danica está exposta lá.
Você acha que foi lá que Brix morreu? - Não sei – disse Eva, e pensou um pouco. – Não. Não na frente de tanta gente.
- Onde, então?
- É o que eu tenho que investigar. Mas um menino viu, disso tenho certeza. O
filho da dama de companhia. - O Malte? – quis saber Rigmor.
- Você o conhece?
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1