- Verifique o que temos sobre esse Jens Juncker. Voltamos a conversar no meu
escritório, depois da reunião. - Também noticiaram o caso do velho.
O computador iniciou muito devagar, pois tinha que carregar o programa
antivírus antes que algo tão simples como o Google aparecesse na tela. Marcus foi às
notícias. Viu de imediato: “Morte em Klampenborg. Homem de 78 anos se afoga
nos banhos públicos”. Leu por alto o resto da matéria – nada sobre homicídio.
Alguém comentava que deveria haver vigilância permanente nos banhos. Um
político local já estava botando banca à custa da morte de Hans Peter Rosenkjær.
Os leitores costumavam escrever seus comentários à matéria. “Coitado”, tinha
dito um idiota. Marcus se endireitou e digitou: “Acidente terrível que poderia ter
sido evitado se o Estado e a prefeitura houvessem assumido a devida
responsabilidade. A cada ano, morre gente demais na água”.
Sorriu. Assim os políticos locais ficariam entretidos o resto da manhã, debatendo
a morte do velho.
Três batidas na porta.
- Entrem.
David, Trane e Jensen entraram no escritório. Trane fechou a porta. Sentaram-se.
Marcus olhou para eles. Doravante, seria ele o chefe. As primeiras palavras na nova
posição precisavam mostrar-se acertadas. Olhou pela janela enquanto os outros se
acomodavam ao redor da mesa. - A partir de hoje, as coisas vão mudar.
Olhares curiosos. - E, infelizmente, vão mudar por motivos um tanto desagradáveis – acrescentou
Marcus. Resolveu continuar sem pausas. – Noite passada, Christian Brix se
suicidou. Sei que é uma notícia triste.