Cores neutras,
cortes modernos!
BERLIM
CRUISE
2020
A
pesar de ser um grande polo criativo,
de efervescência cultural e berço de
importantes movimentos de vanguarda,
Berlim ainda é injustiçada no quesito moda,
já que não temos muitos exemplos de
grandes marcas que fizeram sua apresentação
lá. Até agora. O designer britânico Ian
Griffiths (57) comentou antes da exibição
de sua coleção cruise que é fascinado por
Berlim e que sempre sonhou em levar um
desfile da Max Mara para a cidade. Desde
os anos 1980, quando ainda era estudante,
Griffiths era obcecado por todo o universo
das artes alemãs, como a escola Bauhaus
e o cinema expressionista e atrizes como
Marlene Dietrich (1901–1992). Tendo
como ponto de partida a forte figura destes
dois ídolos, o designer levou o desfile para
o Neues Museum, que abriga uma das mais
expressivas coleções sobre pré-história e
Egito antigo. Tanto Dietrich como David
Bowie (1947–2016), outro admirado,
possuíam uma aparência andrógina,
conseguida especialmente pela forma que
se vestiam e isso levou Griffiths a pensar em
como uma boa alfaiataria masculina é capaz
de criar uma identidade visual marcante.
Assim, os famosos casacos da marca foram os
protagonistas da coleção e vieram alongados,
mas com modelagem mais ajustada e
acinturados. A cartela composta de terrosos
claros trazia ainda mais sofisticação aos looks
monocromáticos compostos de ternos gender
fluid, vestidos longos com trench-coats e
capas imponentes. Em suas incursões pelas
muitas vertentes artísticas de Berlim,
Griffiths se encantou com os arquivos das
tradicionais porcelanas Meissen, cuja fábrica
foi inaugurada em 1710. As delicadas flores
presentes nas porcelanas foram recriadas
pelo designer e colocadas em vestidos,
blusas, tops, saias, capas e em um casaco
adequadamente batizado de Berlim.
Por Paula MartinsMAX MARA
@paulamartins_ofi cial