60 — exércitos do mundo
r
responda rápido: quando foi a
últma vez que o Brasil foi invadido?
Dezembro de 1864, quando o ditador
paraguaio Solano López entou no Mato
Grosso. Já se passaram 154 anos e o
País nunca mais se viu ameaçado em
sua soberania territorial. O mais perto,
na Segunda Guerra, foram submari-
nos alemães destuindo navios civis
brasileiros, o que levou o País a entar
na Segunda Guerra. Para que servem,
então, nossas Forças Armadas?
Em primeiro lugar, para garantr
que ninguém tente zerar essa conta-
gem com um ataque militar. Espaço
para atacar não falta: são 16.886 qui-
lômetos de divisas por terra, com dez
dos 12 países da América do Sul. E
mais 7.367 quilômetos de litoral. A
área total a ser coberta é de 8,5 milhões
de quilômetos quadrados – somos
a quinta maior nação do mundo em
termos de extensão territorial. É muito
espaço para entar – e muita gente in-
teressada em fazer isso. É comum, nas
fronteiras, que o Brasil realize opera-
ções militares conjuntas, em especial
com os militares colombianos, com o
objetvo de caçar narcotaficantes que
utlizam rotas clandestnas na floresta
amazônica.
As Forças Armadas também partci-
param dos dois conflitos mundiais. E,
mais recentemente, passaram a se ofere-
cer para ações de paz da ONU no Canal
de Suez (1956–1967), em Moçambique
(1992–1994), em Angola (1995–1997), em
Timor-Leste (1997–1999) e, por fim, no
Hait (2004–2017). Os militares susten-
tam ainda insttições de ensino tadi-
cionais e reconhecidas pela qualidade,
como o Insttto Militar de Engenharia
(IME), o Insttto Tecnológico da Aero-
náutca (ITA), e o Insttto de Estdos
Avançados (IEAv) da Aeronáutca. Este
últmo, inclusive, possivelmente desen-
volveu um programa de armas nucleares
com a Marinha (falamos mais adiante).
Mas a pergunta real aqui é: se algum
vizinho resolvesse atacar? As Forças
Armadas brasileiras estariam prontas
para reagir, ou mesmo para realizar al-
guma ação, por assim dizer, preventva,
por exemplo conta a Venezuela?
cobertor curto
Os números comprovam: somos uma
potência militar regional. Temos mais
homens, por ampla distância. Mais lan-
çadores de foguetes – são 180, enquanto
que o Chile, por exemplo, só tem oito.
Nossa frota de aviões militares supera a
soma de todas as aeronaves de Argen-
tna, Chile, Paraguai e Peru (ainda que,
enquanto os Gripen não começam a
operar, estejamos temporariamente mal
servidos de caças). No ranking global
produzido pela GlobalFirepower, que
desde 2006 analisa a sitação do po-
derio militar de 136 países do mundo,
estamos em 14º lugar, a melhor posição
da América Latna – depois de nós apa-
rece o México, num distante 34º lugar.
É claro que o Brasil nem se compara
com os países que realmente mandam
no planeta. Os Estados Unidos, só para
ficar no exemplo mais expressivo, têm 19
vezes mais aviões, 15 vezes mais tanques
e 3,7 vezes mais embarcações de guerra.
Mas, em termos locais, nossa superiori-
dade é inquestonável – ainda que, com
16 efetivos por 100 mil habitantes, o
Brasil não seja exatamente uma nação
militarizada, a quantdade de recursos
humanos disponíveis cria um cenário
bastante favorável. Acontece que o diabo
está nos detalhes.
Para um litoral do tamanho do nos-
so, é inacreditável pensar que o Brasil
não tem nenhum porta-aviões – aca-
bou de dispensar o São Paulo, que dava
tanto problema de manutenção que, em
18 anos de serviço, nunca ficou mais
de tês meses seguidos em operação.
E tem apenas cinco submarinos, en-
quanto que a Colômbia, com um litoral
2,5 vezes menor, tem 11. Isso porque,
dos cinco aparelhos, apenas dois têm
condições de uso. Além disso, foi só no
começo desta década que começamos
EMB-314
Tucano
Turbohélice de
treinamento e ataque a
solo (contrainsurgência)
vElocidadE MáxiMa
590 km
coMpriMEnTo: 11,30 m
EnvErgadura: 11,14 m
alTura: 3,97 m
pESo vazio: 3.200 Kg
pESo MáxiMo: 5.400 Kg
arMaMEnTo:
metralhadoras FN Herstal
M3P de 12,7 mm, canhão de
20 mm, lança-foguetes de
70 mm, bombas Mk 81, Mk
82 e BLG-252, mísseis AIM-
9L, MAA-1 Piranha, Python
3, Python 4 e AGM-65
Exércitos do mundo brasil
0
0