AGOSTO 2019 motociclismoo 45
A principal e mais notável alteração veio no mo-
tor, que teve a potência ampliada de 90,2 cv para 94,6
cv a 7.500 rpm e o torque máximo que subiu de 9,3
kgf.m para 9,7 kgf.m. O motor de dois cilindros para-
lelos de comando simples e oito válvulas é cacteriza-
do pela defasagem de 270º do virabrequim, criando
um intervalo de ignição que prioriza o torque em bai-
xas rotações, bem semelhante à arquitetura de moto-
res VTwin. O sistema de alimentação com injeção ele-
trônica Honda PGM-FI atua com um sistema de du-
pla ignição por cilindro, com duas velas para otimizar a
queima da mistura injetada nos cilindros.
O consumo é outro ponto bem relevante. Apontei
rumo a estrada e nela mantive uma velocidade cruzeiro
de 120 km/h, o painel digital (que vale dizer, tem ótima
visualização) mostrou consumo entre 18 km/l e 22 km/l.
A 100 km/h constante ela chegou a 26 km/l. Nas arran-
cadas fortes a Africa Twin mostra um fôlego poderoso e
sede de combustível, acusando consumo de 7,6 km/l.
Acelerando ao máximo, consegui alcançar 200 km/h
(no painel, que acusou 8km/l) com certa facilidade, e
acredito que com melhor condição do tempo, sem o
vento contra, ela poderia chegar aos 220 km/h, mais
que suficientes para encarar qualquer estrada.
Usina compacta
As quatro versões da nova Africa Twin utilizam o mesmo
motor bicilíndrico paralelo de 999,1 cc, agora com meno-
res dimensões e aperfeiçoamentos técnicos inéditos co-
mo as novas bombas de óleo e de água (ambas reposi-
cionadas), nova caixa de filtro de ar com maior capaci-
dade e escapamento melhorado. O novo acelerador ele-
trônico TBW (Throtlle By Wire) possibilitou a tecnologia
para instalar os quatro modos de pilotagem, Tour, Ur-
ban, Gravel e User, ampliando a capacidade do sis-
tema de controle de tração HSTC (Honda Selectable
Traction Control), agora com sete níveis, além da posi-
ção desligado. Os modos de pilotagem e o HSTC po-
dem ser alterados nos controles do punho esquerdo
com a motocicleta rodando. O câmbio de seis mar-
chas teve os seletores aliviados e a embreagem desli-
zante ajuda no acionamento da alavanca e evita o tra-
vamento da roda traseira nas reduções mais bruscas,
otimizando a tocada em qualquer terreno. Os engates
são suaves e precisos.
Logo no início do teste de estrada já percebi a sua-
vidade no funcionamento e as respostas sempre aten-
tas do motor. Fiquei impressionado com a precisão do
acelerador e com a prontidão que o motor responde ao
menor toque, facilitando o gerenciamento da potência
necessária, principalmente no fora de estrada. Muitos
entendidos acham que o motor de mil cilindradas da
Africa Twin deixa a desejar no quesito potência quan-
do a comparam com a icônica alemã BMW R 1250 GS
de 136 cv, mas a Africa Twin tem potência e torque de
sobra para enfrentar qualquer solicitação, pois, além
de potência suficiente, a leveza do conjunto compen-
sa a potência menor. Posso garantir que nem os pilotos
mais experientes em off-road utilizam toda a potência
(^1) O painel
digital
tem ótima
visualização,
mas poderia
ser de TFT
(^2) A traseira
é bem
compacta,
a alça é
generosa
e os LEDs
ajudam na
visualização
(^3) Bastante
espaço para
dois ocupantes
e também para
a pilotagem
off-road
(^4) A ergonomia
e magreza do
conjunto ajudam
na agilidade
e facilitam
a pilotagem
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