Carta ao leitor
Ensino Superior 5
A contribuição
do ensino
superior
Hermes Figueiredo
os Estados Unidos, as institui-
ções públicas de ensino supe-
rior não vivem apenas com os
recursos do governo. Além das
doações de egressos, elas também rece-
bem investimentos empresariais para de-
senvolver projetos de pesquisa, muitos
deles com desdobramentos importantes
para a sociedade. É uma
parceria exitosa, que pro-
move o avanço do conhe-
cimento e melhora consi-
deravelmente a formação
dos alunos. A Arizona
State University exem-
plifica bem isso. Mesmo
sendo pública, a institui-
ção dobrou seu orçamento com a atração
de recursos externos, como nossos gesto-
res puderam comprovar no curso promo-
vido pelo Consórcio STHEM Brasil e pela
Universidade Corporativa Semesp.
Por esse motivo, avaliamos de forma
positiva a intenção de MEC de atrair capi-
tal externo para as IES públicas. Embora
ainda seja necessário melhorar o entendi-
mento sobre o fundo que será criado com
esse propósito, a proposta vai ao encontro
das posições que vem sendo defendidas
pelo Semesp em inúmeros fóruns de dis-
cussão e no documento Diretrizes de Políti-
ca Pública para o Ensino Superior Brasileiro,
publicado em 2018.
A ampliação das fontes de receita e
da cooperação com o setor privado, tan-
to nas IES públicas como nas particula-
res, aproxima o ensino superior brasileiro
de modelos bem-sucedi-
dos existentes em países
como EUA, Inglaterra,
Dinamarca, Finlândia e
Austrália. Do nosso pon-
to de vista, esse perfil mais
empreendedor, que nada
tem a ver com a privatiza-
ção da IES pública ou com
a mercantilização do ensino superior, tem
potencial para ampliar a relevância e a coo-
peração das instituições com a sociedade.
Queremos participar desse debate por-
que não olhamos apenas para a rede pri-
vada. A nossa meta é desenvolver o ensi-
no superior como um todo. Além disso,
acreditamos que muitas pontes podem ser
construídas entre os dois setores. Temos
algumas diferenças, de fato. Mas temos se-
melhanças também, principalmente em
termos de propósitos.
N
presidente do Semesp
A cooperação com
o setor privado
pode alavancar
a produção de
conhecimento