CAPA
tências: ela pode ajudar, e muito, na experiência do em-
pregado. Se alguém acessar a intranet de uma empresa e
não encontrar a informação disponível, tendo de pergun-
tar para alguém sobre o que é necessário fazer para ter
essa informação, com certeza essa pessoa ficará com uma
sensação de desconforto – para falar o mínimo, em uma
época de velocidade de processamento. Mas, se ao acessar
esse local a pessoa não precisar esperar nenhum segundo
para ter a resposta e tiver a melhor resposta possível, ob-
viamente a experiência será melhor. “Se eu me conecto a
um sistema, na empresa, e ele sabe quem eu sou, possui
toda uma base de dados relacionados a mim e eu não pre-
ciso perguntar absolutamente nada para ninguém sobre
minhas férias, por exemplo, podendo eu mesmo resolver
diretamente todas as questões práticas e operacionais
com ele, isso é maravilhoso. E isso também é employee
experience”, diz a diretora de RH da IBM Brasil.
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Como você guardou a palavra “experiência”, então
vamos tratar mais dela. Falar de experiência do empre-
gado (employee experience) é também falar da impor-
tância dada ao humano pelas organizações. E a impor-
tância do humano nas organizações. As duas coisas. Na
Usiminas esse conceito vem ganhando relevância. O di-
retor de RH de companhia explica que, da mesma forma
que proporcionar experiências incríveis aos clientes faz
uma enorme diferença nos negócios, oferecer também
experiências incríveis para os colaboradores potencia-
liza as energias deles para os resultados. É uma questão
de coerência e lógica, simples.
Atualmente, a Usiminas está revisitando todos os prin-
cipais processos de recursos humanos, buscando, além da
sempre esperada racionalização, uma melhor experiência
á ouviu falar do efeito “Opt out”? Numa tra-
dução livre, seria como optar em não aderir
ou excluir. Mas no atual momento de trans-
formação por que passamos significa, como explica
Caio Barroso, fundador do Lá Na Firma & head de RH
na OneCoWork, que as pessoas optarão por ter menos
aplicativos, estarão conectadas em menos mídias so-
ciais, acompanharão menos mídias de conteúdo e esta-
rão mais focadas em privacidade e exclusividade.
E esse efeito social vai impactar diretamente as em-
presas e o RH. “As organizações precisarão conhecer
muito bem os seus clientes e navegar estrategicamente
em um contexto em que os dados valem mais que ouro.
O RH terá o desafio de suportar a organização no que
tange a atração de profissionais que conhecem e enten-
dem esse cenário, além de ser rápido no desenvolvi-
mento dos times. A tecnologia tem ciclos de disrupção
cada vez mais rápidos e isso exigirá que os próprios
profissionais de RH se atualizem. Chegou a hora de o
RH ampliar seus horizontes e estar cada vez mais liga-
do em tecnologia e estratégia de negócio”, diz Barroso.
Mas calma, a tecnologia pode ajudar, mas não re-
solve tudo. Ele observa que muitas organizações pro-
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movem autosserviço de RH para os funcionários, mas
esquecem que focar só em processos não manterá o
engajamento do colaborador alto. “[A tecnologia] gera
agilidade e eficiência, mas será que um colaborador
fica em uma empresa porque a ferramenta de gestão de
performance é de fácil uso? Minha resposta é não. A
tecnologia isolada não engaja ninguém, ela precisa es-
tar conectada com uma boa estratégia de engajamento
e felicidade do colaborador”, diz.
Ele conta que a experiência do colaborador é digital
e presencial, e é muito importante colocá-lo no centro
e analisar sua jornada desde o momento em que ele é
um candidato até a fase de desligamento ou aposenta-
doria, etapas que também podem e devem ser conside-
radas. “A liderança tem um desafio grande de entender
o contexto externo dessa revolução digital e fazer a
gestão de equipe, com membros supersingulares e de
distintas gerações. O papel do líder mudou, ele deve
ser um impulsionador de mudanças e deve promover o
alcance de soluções em grupo. Acabou o formato ‘faça
o que digo’, agora estamos na era do ‘qual solução faz
mais sentido, considerando as competências e expe-
riências do grupo?’”, diz.