Desconstruir
preconceitos
De acordo com o último censo realizado pela compa-
nhia na América do Sul, em 2017, 5% dos seus colabora-
dores na região se autodeclararam homossexuais, bisse-
xuais ou preferiram não declarar sua orientação sexual.
Um dos integrantes do grupo, o desenvolvedor de ex-
periências Carlos Henrique Almeida, conhecido como
CH, participa ativamente das frentes de comunicação
e ações. Uma vez por mês, o grupo faz reuniões com os
34 voluntários no Brasil para direcionar as atividades.
“Além de dar ideias e opiniões, eu aprendo muito sobre
a realidade e as necessidades das outras comunidades,
como trans e lésbicas”, conta CH.
Para ele, o BYOU é muito signifi cativo: “Eu posso ser
quem sou, sem esconder de ninguém. Meus colegas de
trabalho também me aceitam bem e me respeitam”, con-
ta. Mas nem sempre foi assim. “Certa vez, em outra em-
presa, precisei viajar com um grupo de vendas e senti que
os outros homens estavam desconfortáveis em escolher
quem dividiria o quarto comigo, por ser gay, já que era
uma premissa da empresa fi carmos hospedados em du-
plas. Me senti muito mal e excluído. No fi m, deu certo e
um colega se ofereceu. Hoje, me sinto muito confortável
aqui e com a política de diversidade que a empresa ofe-
rece”, diz CH, que também é ator profi ssional, cantor e
dançarino de ballet clássico, jazz e sapateado.
Nos últimos anos, o grupo voltado à valorização da
diversidade sexual conquistou muitos avanços na com-
panhia, dentre eles adaptações nos processos seletivos e
processos internos que culminaram, em 2017, com a con-
tratação da primeira estagiária trans. Outro exemplo foi
transformar o tema liderança inclusiva num dos tópicos
dos cursos de desenvolvimento da Basf, fazendo com que o
treinamento contra vieses inconscientes fosse obrigatório
para toda a liderança desde o ano passado. “Mais do que só
contratar, buscamos atrair talentos e incluir de fato essas
pessoas e fazer com que se sintam bem-vindas e incluídas
independentemente da orientação sexual que tenham”,
afi rma Bruno Barreto, responsável pelo tema diversidade
na Basf para a América do Sul. “Valorizamos a diversidade
dentro e fora de empresa, trabalhando junto à nossa cadeia
de valor e à sociedade para que essa premissa seja compar-
tilhada e respeitada por todos”, destaca.
A Basf é, ainda, cofundadora do Integrare, uma or-
ganização da sociedade civil de interesse público (OS-
CIP) que promove a transformação econômica e social
no campo empresarial, a partir da evolução de proces-
evar, de forma didática, conhecimento sobre
gênero e sexualidade, além de esclarecer o
signifi cado das letras da sigla LGBT+. Es-
ses são os principais objetivos da Cartilha TFAffi nity
LGBTI+, lançada pelo escritório TozziniFreire Advo-
gados. A ideia da cartilha surgiu a partir de discus-
sões do grupo de afi nidade TFAffi nity, aberto a to-
dos os colaboradores, tanto da comunidade LGBTI+
quanto aliados, que se interessam pelo assunto. Todo
o conteúdo foi elaborado pelos advogados Daniel
Born Roman, Daniela Guarita Jambor, Jackson de
Freitas Ferreira e Miguel Cavalcante Lopes.
O documento é dividido em três partes. O pri-
meiro capítulo, “Conceitos básicos”, explica os dife-
rentes aspectos da sexualidade humana, como sexo
biológico, gênero, identidade de gênero e orientação
sexual. O segundo, “Movimento LGBTI+”, conta a
história da luta das pessoas que não se enquadram
na chamada sociedade cis-heteronormativa. Os ca-
pítulos seguintes detalham as representações das le-
tras L, G, B, T, I, além da utilização do “+”. No fi nal,
há dicas de fi lmes, séries, minisséries e livros para
entender melhor o tema.
As questões de gênero e sexualidade ainda ge-
ram muitos questionamentos e uma das formas de
resposta está na educação e busca pela transforma-
ção no ambiente de trabalho. “É pela inclusão que
acontece a mudança, e estamos seguros de que o
conhecimento é o primeiro passo para descons-
truir preconceitos”, diz o sócio do escritório Vla-
dimir Miranda Abreu, que assina a introdução da
cartilha. Ainda segundo ele,
a mensagem principal é pôr
em prática o respeito que as
pessoas LGBTI+ merecem.
A cartilha pode ser aces-
sada pelo endereço: http://
tozzinifreire.com.br/assets/
conteudo/uploads/cartilha-
tfaffi nity-5d2f851ac7f77.pdf
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DIVERSIDADE