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em Minas Gerais. A estimativa é de que a
parede de quase 400 metros seja vencida
em dez dias. O lugar tem uma logística
bastante complicada para um projeto solo.
“É uma via longa, há um ponto ali de onde
não se consegue mais retornar. Como a
via é nova, em caso de emergência alguém
precisa subir pelo mesmo caminho. Se der
merda, deu merda”, resume.
Última pode ser uma nova via no Dedo de
Deus, na Serra dos Órgãos (RJ). Ainda faltam
alguns trâmites com a diretoria do parque,
já que uma nova regra proíbe o uso de fura-
deiras na parede. “Em 2019, eu não vou abrir
uma via na mão, não cabe. Se não der lá, vou
procurar outra parede no Espírito Santo.”
Frechou começou a carreira aos 20
anos, quando abandonou um futuro na
publicidade e foi morar em São Bento
do Sapucaí, na divisa entre São Paulo e
Minas Gerais. Depois de atuar alguns
anos só como guia de escalada, cansou
“de subir o Baú quatro vezes por semana
com adulto que chora”. Então fundou
a primeira escola de escalada do país, a
Montanhismus, além de criar o Moun-
tain Voices, um dos jornais de escalada
mais antigos do país ainda em atividade.
Ao longo de sua trajetória, ele acumula
conquistas importantes, como o paredão
do Monte Roraima, vias extremas no El
Capitan (no Parque Nacional do Yose-
mite, na Califórnia) e no Kaga Tondo, no
Mali, onde abriu aquela que foi conside-
rada por muito tempo a via mais difícil do
continente africano.
E quem disse que escalador “turrão”
pensa em parar? Jamais. Para Frechou,
onde tem rocha há diversão garantida.
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