Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1


Capítulo 10


TAQUICARDIAS


Luiz Gustavo Ramos e
Railson Andrielle Silva Brandão

INTRODUÇÃO


Taquicardia é definida quando a frequência cardíaca (FC) é maior do que 100 bpm,
porém, os sintomas decorrentes dessa afecção geralmente são vistos em frequências
acima de 150 bpm. É uma condição clínica com potencial gravidade, que pode causar
instabilidade hemodinâmica.
À avaliação inicial, devem ser realizados anamnese e exame físico dirigidos,
sempre atentando para as doenças de base e os medicamentos utilizados pelo
paciente. Simultaneamente, deve-se obter acesso venoso periférico, instaurar
monitoramento eletrocardiográfico e oferta de oxigênio (se a oxigenação estiver
inadequada ou o paciente apresentar desconforto respiratório). Deve-se fazer
eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações em todos os pacientes, mas não se deve
atrasar o tratamento de uma condição de instabilidade observada no monitor
eletrocardiográfico.
É importante lembrar que o distúrbio do ritmo pode ser secundário a várias
condições clínicas e que o tratamento dessas condições pode reestabelecer o ritmo
sinusal ou aliviar os sintomas. Em virtude disso, devem ser feitos exames
complementares direcionados para investigar isquemia miocárdica, disfunção renal,
distúrbios hidreletrolíticos, disfunção tireoidiana, insuficiência cardíaca, embolia
pulmonar, valvopatias, infecções e intoxicações, conforme o quadro clínico avaliado
individualmente.
A cardioversão elétrica sincronizada (CVES) deve ser realizada de imediato, se
detectado algum dos sinais de alerta que possa ser atribuído à taquiarritmia. O objetivo
da CVES é restabelecer o ritmo sinusal e a estabilidade clínica. Deve-se proceder à
conversão após explicação do procedimento (sempre que possível) e da
analgesia/sedação do paciente. Os sinais de alerta ou de instabilidade em
taquiarritmias são:


Choque ou hipotensão
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