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Capítulo 11
FIBRILAÇÃO ATRIAL
Rogério Bueno da Rosa
CARACTERÍSTICAS
Fibrilação atrial (FA) é a arritmia sustentada mais comum e sua prevalência aumenta
com a idade. Estima-se que, no Brasil, atinja 1,5 milhão de pessoas, caracterizando-se
como doença de impacto socioeconômico significativo. Além disso, mais de 5% das
pessoas com idade superior a 70 anos sofrem de FA.
Essa arritmia é associada a risco 5 vezes maior de acidente vascular cerebral e a
uma incidência 3 vezes maior de insuficiência cardíaca. Tem etiopatogenia ligada a
diversos fatores, entre os quais:
Idade, sexo masculino, obesidade, hipertensão
Fatores genéticos
Cardiopatia estrutural (aumento atrial e valvopatia, sobretudo mitral)
Pericardite ou miocardite
Cirurgia cardíaca ou torácica
Apneia obstrutiva do sono
Consumo de álcool (holiday heart syndrome), cafeína ou psicoestimulantes
Tireotoxicose
Doenças pulmonares (pneumonites, embolia pulmonar, doença pulmonar obstrutiva
crônica)
Isquemia miocárdica
Infecção.
ELETROFISIOLOGIA
Os episódios de FA iniciam-se, em sua grande maioria, com contrações atriais
prematuras, com os focos encontrados próximos às veias pulmonares. É resultado da
presença simultânea de focos microrreentrantes que se propagam aleatoriamente pelos
átrios direito e esquerdo. Isso dá a característica de atividade ventricular irregular com
ausência de onda P. Os átrios perdem a sístole. A linha de base pode se apresentar
isoelétrica, com irregularidades finas, grosseiras ou com um misto dessas alterações