Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1

Capítulo 29


DOENÇAS VALVARES


Nathalia Mitie Nakahara

EPIDEMIOLOGIA


A principal causa de doença valvar no Brasil é a febre reumática (FR), responsável por
até 70% dos casos. A valvopatia mitral reumática mais comum é a dupla disfunção não
balanceada (estenose e insuficiência em diferentes graus evolutivos), com sintomas
geralmente surgindo da segunda à quinta década de vida.
Já a valvopatia estenótica aórtica tem apresentação bimodal. Em indivíduos jovens
destacam-se a etiologia reumática e a valva bicúspide congênita, porém entre os
idosos prevalece a doença aórtica senil calcífica. A estenose tricúspide quase sempre é
secundária a febre reumática. A causa mais comum de insuficiência tricúspide é
secundária à dilatação do ventrículo direito e à dilatação do anel tricúspide.
A estenose pulmonar congênita é a modalidade mais comum, ao contrário da
insuficiência pulmonar, que pode resultar de dilatação secundária do anel valvar (p. ex.,
hipertensão pulmonar), endocardite ou sequela tardia de correção cirúrgica de
cardiopatia congênita.
Uma causa crescente de disfunção valvar é a endocardite infecciosa (EI),
frequentemente associada à utilização de dispositivos invasivos diversos, como
cateteres, próteses, fios de marca-passo. Na população brasileira, não se deve
esquecer do baixo nível da saúde bucal e do difícil acesso a tratamento odontológico, o
que ainda mantém uma alta incidência de endocardite estreptocócica.


AVALIAÇÃO CLÍNICA


SOPRO SISTÓLICO EM FOCOS DA BASE


Configuração em diamante, rude: caracteriza ejeção pelas valvas semilunares com
obstrução, portanto, estenose aórtica (EAo) e estenose pulmonar (EP). Quanto mais
tardio o pico do sopro, maior a gravidade da valvopatia. EAo significativa e calcificação
da aorta podem promover irradiação do sopro para o foco mitral, com timbre piante
(fenômeno de Gallavardin).


SOPRO DIASTÓLICO EM FOCOS DA BASE

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