Clipping Jornais - Banco Central (2022-04-24)

(Antfer) #1

Brasil de novo atrás, segundo o FMI


Banco Central do Brasil

Jornal O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia &
Negócios
domingo, 24 de abril de 2022
Banco Central - Perfil 1 - FMI

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Com crescimento de 0, 8% neste ano e de 1, 4% no
próximo, o Brasil continua correndo bem atrás dos
outros emergentes e até dos países mais
desenvolvidos, segundo os balanços e projeções do
Fundo


Monetário Internacional (FMI). Já observado nos últimos
dez anos, esse descompasso deve continuar nos
próximos cinco, em todo o horizonte coberto, portanto,
pelo Panorama Econômico Mundial (World Economic
Outlook), na versão divulgada na terça-feira. Pelas
novas estimativas, severamente afetadas pela guerra na
Ucrânia, a produção global das economias avançadas
deve aumentar 3, 3% em 2022? 2, 4% em 2023. Para o
conjunto dos países emergentes e em desenvolvimento
as taxas previstas para esses períodos são 3, 8% e 4,
4%, com alguma moderação do desempenho chinês.


Com a invasão da Ucrânia, já foram cortadas as
projeções de crescimento de todos os grupos de
economias. Terminar a guerra é a maior prioridade,
afirmou o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier
Gourinchas, levando em conta, além da tragédia
humanitária imediata, os efeitos econômicos do conflito


e das sanções à Rússia.

Sem ter ainda vencido os desajustes ocasionados pela
pandemia, o mundo enfrenta agora a crise provocada
pelo governo russo. Menor crescimento e inflação maior
ameaçam a economia global, revertendo as
perspectivas de recuperação. Pelos novos cálculos, o
crescimento mundial deve ser, neste ano, o, 8 ponto
inferior ao estimado em janeiro. A taxa prevista para
2023 ficou o, 2 ponto menor que a indicada no início do
ano.

A guerra, segundo Gourinchas, agrava os choques de
oferta enfrentados pela economia global nos últimos
anos. Seus efeitos devem propagar-se 'como ondas
sísmicas de choques' pelos mercados de produtos
básicos e pelos canais financeiros.

Diante dos novos desajustes, foram revistas para baixo
as perspectivas de médio prazo de todos os grupos de
países, mesmo daqueles exportadores de commodities,
porque deverão beneficiar-se da alta dos preços da
energia e dos alimentos.

O Brasil é um desses exportadores e deve, portanto, ser
um dos beneficiários do aumento das cotações
internacionais de produtos básicos. Esse efeito benéfico
já tem sido observado nas contas externas do País.
Nenhum desses detalhes foi examinado na
apresentação geral de Gourinchas, mas o crescimento
previsto para o País neste ano ficou 0, 5 ponto maior
que o projetado em janeiro. O estimado para 2023, no
entanto, diminuiu o, 2 ponto. Além disso, a economia
brasileira se destaca, na análise do FMI, pela inflação já
elevada e persistente, pela perspectiva de baixo
crescimento e pelo alto desemprego.

Neste ano e no próximo, o crescimento do Brasil deve
ser inferior às médias da América do Sul, de 2, 3% em
2022 e de 2, 1% em 2023. As médias anuais da inflação
brasileira, estimadas em 8, 2% para este ano e 5, 1%
para o próximo, devem ser maiores que as taxas da
maior parte dos sul-americanos. O desemprego,
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