Clipping Jornais - Banco Central (2022-04-24)

(Antfer) #1

Lourival Sant'Anna Novas armas preocupam os EUA


Banco Central do Brasil

Jornal O Estado de S. Paulo/Nacional - Internacional
domingo, 24 de abril de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Uma nova corrida armamentista está em andamento:
EUA, China e Rússia testaram mísseis hipersônicos nas
últimas quatro semanas. Como o nome indica, esses
mísseis voam a uma velocidade acima do som. Além
disso, são manobráveis e executam trajetórias
inesperadas em altitudes não convencionais.


Tudo isso torna obsoletos os atuais sistemas de defesa
antiaérea. O alcance dessas armas representa também
uma ameaça para os satélites responsáveis pelos
sistemas de comunicação e geolocalização, tanto
militares quanto civis.


Dado o nervosismo em torno das ameaças do
presidente Vladimir Putin à Otan, o único desses três
testes que repercutiu na imprensa não especializada foi
o do míssil intercontinental russo Sarmat. Ele pode
transportar um veículo deslizante hipersônico, assim
como 10 ogivas, incluindo nucleares.


Putin declarou que o teste ia 'dar o que pensar àqueles
que tentam ameaçar a Rússia'. Quando anunciou que a
Rússia havia dominado essa tecnologia, em discurso
sobre o Estado da União em 1. º de março de 2018 (a


poucas semanas de sua reeleição), Putin disse que ela
tornava as defesas da Otan 'completamente inúteis', e
completou: 'A Rússia ainda tem o maior potencial
nuclear do mundo, mas ninguém nos ouviu. Ouçam
agora'.

Na última semana de março, enquanto o presidente Joe
Biden estava na Europa discutindo como conter a
Rússia, e poucos dias depois de os russos empregarem
um míssil hipersônico contra um depósito de armas no
oeste da Ucrânia, um bombardeiro B-52 disparou um
Hawc (Hypersonic Air-breathing Weapon Concept) na
Costa Oeste americana.

A Marinha chinesa divulgou no dia 19 o vídeo do
primeiro lançamento de um míssil hipersônico de um
navio de guerra da China. Aparentemente trata-se de
um míssil antinavio YJ-21. Seu sistema deslizante lhe
confere uma trajetória extremamente irregular,
inicialmente vertical, com várias saídas e entradas na
atmosfera, até fazer um voo horizontal antes de atingir o
alvo. Os EUA não têm uma arma equivalente.

O mesmo se aplica ao míssil intercontinental
hipersônico testado pela China no dia 27 de julho.
Relatório da Agência de Inteligência de Defesa
americana, publicado no dia 12, afirma que esse míssil
indica que a China está desenvolvendo um arsenal para
a 'guerra espacial'.

Essas armas, tanto as chinesas quanto as russas,
podem pela primeira vez dar a volta no globo pela
Antártida e atacar os EUA pelo sul, onde não há
sistemas de defesa para contê-los. Os mísseis
intercontinentais convencionais têm de girar pelo Ártico.
A Força Aérea americana está solicitando ao Congresso
mais recursos para pesquisas de armamentos
hipersônicos. A aliança Aukus, que reúne EUA, Reino
Unido e Austrália, tem um projeto de desenvolvimento
de sistemas defensivos contra esses mísseis, que estão
alterando o equilíbrio de forças. e

Mísseis de China e Rússia podem dar a volta no globo
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