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(Antfer) #1

Ellane Cantanhêde - Militares, a ordem e a disciplina


Banco Central do Brasil

Jornal O Estado de S. Paulo/Nacional - Noticias
domingo, 24 de abril de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Ellane Cantanhêde E-mail: eliane.
cantanhedeFestadao. com; Twitter: Wecantanhede


Segundo as pesquisas, o Exército Brasileiro é uma das
instituições mais confiáveis e admiradas pela sociedade,
senão a mais. Isso se reflete no site, na Rádio Verde
Oliva e nas redes sociais da instituição, um sucesso de
público. Mas é preciso cuidar muito bem desse
patrimônio.


Desde a redemocratização de 1985, nenhum presidente
civil fez tanto mal às Forças Armadas quanto Jair
Bolsonaro, que saiu do Exército pela porta dos fundos,
com patente de capitão. Luiz Inácio Lula da Silva
investiu na instituição, com a renovação dos caças da
FAB (Dilma Rousseff encontrou tudo pronto), dos
submarinos, inclusive de propulsão nuclear, e do novo
tanque da Força Terrestre.


E Bolsonaro? Em vez da instituição, privilegiou os
militares no Planalto, nos vários escalões, nas reformas.
A da Previdência tirou um tico nas aposentadorias e
pensões e aumentou os soldos - justo, aliás. Os
militares foram diferenciados aí e na reforma


administrativa, mas iguais para receber o reajuste
agora.

Neste ano, as notícias têm sido constrangedoras para
as Forças Armadas, em especial para o Exército, que
está no terceiro comandante em três anos, depois que o
primeiro foi demitido, junto com o ministro da Defesa e
os da Marinha e Aeronáutica. Assim como Bolsonaro
limou toda a cúpula militar e isso passou quase em
branco, jogar o general Hamilton Mourão pela janela na
vice nem fez cosquinha. Boa parte dos militares acha
tudo normal, assim como os absurdos de Bolsonaro na
pandemia - e não só nela.

O presidente pôs no lixo o detalhado estudo da
inteligência do Exército na covid, a favor, inclusive, do
isolamento social. Depois, triturou pelo twitter três
portarias da Força sobre monitoramento de armas com
civis. Enfim, levou um general da ativa ao seu palanque
eleitoral no Rio, uma falta gravíssima. E daí? Nada. E o
Exército volta ao foco, não mais por picanha e cervejas,
mas por Viagra e prótese peniana pagas por você,
leitor. Viagra? É 'para hipertensão'. Prótese? Silêncio.

Por fim, a reação às dez mil horas de gravações do
Superior Tribunal Militar (STM), comprovando o que
todo mundo sabe: houve tortura, marteladas e choques
elétricos até em grávidas na ditadura. Para o presidente
do STM, general Luiz Gomes Mattos, tudo não passa de
'notícia tendenciosa'. Não, não é. É a realidade: fatos,
orçamento, áudios oficiais do tribunal.

Agora é saber se as Forças Armadas apoiam o ataque
do presidente (que o general Ernesto Geisel chamava
de 'mau militar') ao Supremo, para defender um tipo
como Daniel Silveira e a violência estúpida contra as
instituições e a democracia.

"E os militares, apoiam o ataque ao Supremo, em favor
de um tipo como Daniel Silveira?"

COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO
JORNAL (PE) E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM
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