Aero Magazine - Edição 304 (2019-09)

(Antfer) #1

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A


listadeempresasa
seremprivatizadas
pelogovernoJair
Bolsonaro– divulga-
dacomgrandealar-
denodia 21 deagosto– deixou
deforaumagrandeestatalcuja
privatizaçãoháanosvemsendo
debatidaemBrasília:a Infraero.
Poucoantesdeo atual
presidentetomarposse,o então
futuroministrodaInfraestru-
tura,TarcísioGomesdeFreitas,
sentenciavaaosquatroventos
que“aInfraerovaiacabar”.O
planoeraconcedertodaa sua
rededeaeroportosà iniciativa
privadae, aofinaldetrêsanos,
liquidarouprivatizara empresa,
comtransferênciadeboaparte
damãodeobraparaa NavBra-
sil,ligadaà Aeronáutica.
Aconcessãodetodaa rede
à iniciativaprivadasegueem
velocidadedecruzeiro.Porém,
a dependerdosesforçosdo
brigadeiroHélioPaesdeBarros
Júnior,atualpresidenteda
Infraero, ao final do processo,
pode haver uma arremetida,
com nova estratégia de gestão e
impasse em relação ao controle
de tráfego aéreo. “A navegação
aérea dá prejuízo. Sem a criação
da Nav Brasil, que iria absorver
os ativos e os funcionários da In-
fraero, vamos ter de reanalisar”.

AEROPORTOS REGIONAIS
Barros vem trabalhando em um
novo plano de voo junto ao Mi-
nistério da Infraestrutura para
transformar a Infraero em uma
gestora de aeroportos regio-
nais. “Assumi com a missão de
manter a empresa”, o brigadeiro
Paes de Barros disse a AERO
Magazine. “O viés é que ela se
volte para a finalidade de política

pública para apoiar os aeródro-
mos regionais”.
Paes de Barros quer montar
uma nova rede com 40 a 50 aero-
portos que pertencem a estados
ou municípios sem vocação ou
corpo técnico com capacidade
para administrá-los. São aero-
portos com potencial para voos
comerciais regulares – mas não
em volume suficiente para atrair
o interesse de um concessioná-
rio privado. Esses aeroportos
fazem parte do Plano Aeroviário
Nacional e podem contar com
recursos do Fnac, o Fundo Na-
cional de Aviação Civil.

O COMANDANTE
Paes de Barros foi escolhido para
assumir a presidência da Infrae-
ro no início do governo, mas só
tomou posse no início de julho,
depois de cumprir uma quaren-
tena exigida pela Anac – onde
atuava como diretor desde 2016.
Formado em Ciências Aero-
náuticas pela Academia da Força
Aérea, Paes de Barros ingressou
na Aeronáutica em 1976, che-
gando a chefe do Estado-Maior
da Aeronáutica em 2015. Antes
da Anac, já havia atuado na
aviação civil, ocupando cargos
de chefia no antigo DAC.

LUCRATIVIDADE
“Estamos reavaliando a carteira da
Infraero para identificar as ativida-
des que permitiriam a empresa
parar em pé, com lucratividade.
Somos bons em projetos, em ativi-
dades de gestão de infraestrutura”,
diz Paes de Barros.
A Infraero deu os primeiros
passos para começar a atuar como
gestora de aeroportos regionais no
ano passado: firmou um contrato
com o governo de Santa Catarina

para gerir o aeroporto Correia Pin-
to, na Serra Catarinense. Contrato
que rende R$ 128 mil por mês para
a estatal.
Em junho deste ano, a Infrae-
ro assumiu também a gestão do
aeroporto municipal de Divinó-
polis (MG). O aeroporto está há
mais de um ano sem receber voos
e negocia a retomada das opera-
ções da Azul. Redefinir a missão
da Infraero é um dos três pilares
da gestão de Paes de Barros.
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