Claudia - Edição 696 (2019-09)

(Antfer) #1

72 claudia.com.br setembro 2019


EXPLORE-SE
UMA EM CADA QUATRO MULHERES
ENTREVISTADAS NUNCA SE MASTURBOU

Os especialistas são unânimes em afirmar que a
masturbação ajuda – e muito. Um bom começo
é procurar conhecer seus pontos de prazer. “A
masturbação é essencial e inclui tocar o corpo todo,
se massagear para entender suas áreas erógenas,
que não estão apenas nos genitais. Ela melhora até
as relações”, aponta a ginecologista Halana Faria,
do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, em São
Paulo. Entretanto, 25% das entrevistadas confessaram
que nunca se masturbam. Entre as que o fazem, a
frequência é menor para mulheres de 45 anos ou mais.
Na outra ponta, que inclui as mais jovens, 22% afirmam
se masturbar mais de três vezes por semana. O hábito
é bastante democrático, já que não exige investimentos
além do autocuidado. É importante que seja mantido
mesmo em relacionamentos estáveis. Para impulsionar
orgasmos, os vibradores costumam ser eficientes.
Entre as mulheres que responderam à pesquisa de
CLAUDIA, 25% já usaram esse tipo de estímulo.

ATENÇÃO AO SEU CORPO
Para começar esse papo, vale retomar a anatomia – desta vez,
ampliando o olhar sobre o que trazem os livros didáticos. É
comum as mulheres (considerando aqui as que têm genitália
biologicamente feminina) nomearem o próprio genital como
vagina, esquecendo outros elementos que formam a vulva,
como os lábios e o clitóris. “Assim, tudo gira em torno de um
buraco que serve para penetração, o que nem sempre é
proveitoso para elas”, afirma Mariana Stock, fundadora da Casa
Prazerela, em São Paulo, que se propõe a orientar mulheres
a ter mais satisfação no sexo. Esse desconhecimento, aliado
a inibições, reverberou nas respostas que recebemos. “Só após
12 anos de casamento descobri o formato do clitóris, o que
ajudou a me masturbar melhor” e “Às vezes fico com vergonha
de falar o que eu gostaria de descobrir sobre o prazer do meu
corpo com o parceiro” estão entre as revelações e desabafos.
As entrevistadas também entregaram seus dilemas e questões:
“É normal sentir dor ou desconforto?” ou “Como alcançar
satisfação sexual sem ter um parceiro?”. E muitas queriam saber
como ter um orgasmo. “Até hoje nenhum médico conseguiu me
explicar por que não consigo”, escreveu uma delas.

EXPERIMENTAÇÕES
Embora 92% das participantes concordem que para
o sexo ser bom é necessário empenho nas preliminares,
nem todas estão dispostas a experimentar novas
modalidades sexuais. Entre as possibilidades mais rejeitadas
estão as que incluem uma terceira pessoa, como troca de
casais e ménage à trois. Por outro lado, cerca de 80%
afirmaram que já fizeram ou já receberam sexo oral
e mais da metade já fez sexo anal. Quanto aos fatores
que inibem o sexo no cotidiano, a menstruação foi apontada
como um impeditivo para relações sexuais por três em
cada dez mulheres. Mas o maior motivador para deixar
de transar é a presença dos filhos no mesmo cômodo.

têm dificuldade para chegar ao orgasmo e 7%
nunca tiveram um. O problema é que relações
insatisfatórias tendem a desmotivar novas
tentativas, criando um ciclo que raramente cessa. Já
em uma relação proveitosa, pelo contrário, o corpo
libera dopamina, neurotransmissor de recompensa,
despertando o desejo de repetir a experiência.
Grande parte das mulheres (72%) afirmou transar
com menos frequência do que gostaria e 39%
disseram ficar muito preocupadas e não conseguir
relaxar totalmente na hora do sexo. As maiores
de 35 anos têm mais facilidade em alcançar
orgasmos do que as mais jovens, talvez porque
experiência e adaptação ajudem no prazer.

46%


Muitos médicos dizem que dor
no sexo é frescura ou que, se
você não quiser fazer, seu
parceiro vai buscar outras
(UMA DAS PARTICIPANTES DA PESQUISA)

Especial Sexo

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