Dicas da Adriana
“Diários em mar aberto”:
fuga ou reencontro?
Emumacalçadalarganaregião
central da grande cidade caminho,
lado a lado, com uma imensidão de
gente, diversas gentes, de cabelos
comportados, outros cor-de-rosa e
em pé ou deitados, os cabelos....
passosapressados,outrosarrastados
pelo cansaço e pela preocupação, o
dinheiro,afaltadele,oabraço,afalta
dele,ochorodascrianças,ahorado
jantar logo mais à noite...tantos
pensamentos viajam pelas cabeças
naquele espaço aberto naquele
momento, aquela rua, aquela
avenida...assimsendotodososdias.
Caminhar com o mundo. Estar
inserido no mundo. Fazer parte do
mundo.Mesmoassimnãoenxergá-lo.
São tantaspessoas, decarne, osso e
sentimentos, problemas, alegrias,
sofrimentos. Nenhuma delas
enxergamos. Somoscaminhantes. Os
outros se tornaram invisíveis no
mundo moderno, pós-moderno,
desumano.Portudoisso,portodasas
dorese/oufloresnocaminho,migrar
épreciso,porque,segundoopoeta,
viver não é preciso e buscamos a
sobrevivênciaemmundodeolhoporolho,
dentepordente.
E assim, com aforça deum murro
no estômagoeadelicadeza deumbeija-
flor, “Diários em mar aberto”, de
Leonardo Tonus (SP: Folhas de
Relva/ 2021 ), nos transporta, de táxi, de
trem, navio ou avião, por nossos mares
interioresemuma viagem dereflexões e
dedespertarpoético.