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Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Noticias
domingo, 15 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Joana Cunha


São PAULO O economista-chefe da Fiesp, Igor Rocha,
avalia que é hora de o BNDES crescer no crédito a
pequenas e médias empresas. 'No momento que tem
uma taxa de juros chegando aí para 13%, e uma
demanda extremamente deprimida, as condições de
crédito estão muito delicadas. Seria, sim, importante ter
um BNDES mais atuante', diz.


Segundo o economista, que assumiu o posto na
entidade neste ano, a Fiesp já se posicionou sobre juros
e não vai ficar comentando ata de Copom.


O sr. , que chegou na Fiesp há alguns meses, como
pensa o caminho para a indústria resgatar
protagonismo? Cheguei há três meses. De fato, a
questão industrial está com o ambiente favorável para o
debate. Internacionalmente, a pauta da indústria está
colocada como central para a retomada das economias.
O Brasil não pode ficar fora dessa agenda. A indústria
tem sofrido, há décadas, como processo de
desindustrialização.


Tem que retomar a discussão sobre novas bases,
modernas, conectando com a questão da
sustentabilidade para a transição dos setores de média
e alta tecnologia, tanto do ponto de vista da produção
quanto comércio exterior. E tem questões chave, como
infraestrutura, educação, aumento da produtividade,
descarbonização.

Considerando os impactos de pandemia e guerra, tem
algo que o governo poderia fazer, oferecer mais
benefícios para impulsionar crescimento? Acaba sendo
muito complicado pensar dessa forma. Qualquer coisa
que a gente fizer neste momento, calcado no que pode
ser feito agora, são medidas paliativas, de curto prazo.
Eu acho que o fundamental, se pensarmos em
recuperar o setor industrial, é refletir sobre questões
estruturais, que precisam estar calcadas, e aí é o
grande destaque, no planejamento, na recuperação do
planejamento da economia brasileira. O Brasil deixou de
planejar.

O planejamento foi muito demonizado por equívocos de
interpretação. Famílias planejam, empresas planejam.
Estado brasileiro também precisa planejar. E neste
planejamento, o desenvolvimento do setor industrial é
central, conectado, obviamente, à questão da
infraestrutura, que é condição fundamental, embora não
suficiente, para o crescimento. Mas sem dúvida, é
fundamental aos setores produtivos e ao agronegócio
também.

E o crédito? O BNDES tem sido eficiente para liberar
financiamento? O BNDES tem um corpo técnico
fantástico historicamente, tanto que tem atuado de
forma muito positiva na elaboração de projetos de
infraestrutura, que tem sido importante para o país. Mas
tem, por outro lado, deixado muito de atuar no crédito
para as empresas, sobretudo pequenas e médias.
Embora caiba destacar, Pronampe e todo o arcabouço
que o governo fez durante a crise com os fundos
garantidores. Foi muito importante para dar o amparo a
essas empresas.
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