70 | Sabor. club [ ed. 33 ]
Tivemos também os queijos de Minas Gerais (Araxá, Serro, Salitre), os do
Caminho do Queijo Paulista e agora vem aí os queijos da Serra da Mantiqueira.
Alerta de spoiler: não vai demorar para você só falar e ouvir falar deles.
O motivo, diz o Fernando, é a rapidez como o queijos da região, conhecida
pela qualidade dos produtos que faz, vem evoluindo devido a uma tríade que
favorece demais a produção: biodiversidade de montanha, frio e umidade.
Além dela, a região conta não só com os produtores nativos, que já estão
incubando os seus queijos com o Fernando, mas também com uma gente com
mais dinheiro e referências, que está trocando a cidade pela vida no campo.
Hoje, o que vemos são produtos que não só resgatam tradições da região
mas novidades com características nunca vistas no mundo do queijo.
Só não peça para determinar nomes para esses queijos (tipo brie, tipo
parmesão, tipo cheddar, por exemplo). Nem para esses nem para nenhum
outro produzido no Brasil. Como o processo todo ainda é muito recente, ainda
não temos condições de definir receitas base, como acontece na França.
Com o tempo, saberemos que, numa certa região, o leite tal, com a
maturação xis levará ao queijo zê e esse, sim, vai ganhar um nome específico.
Por enquanto, a melhor maneira de conhecer os queijos vivos do Brasil é
provando, sem preconceito e sem as tais referências, o que pode ser muito
divertido. Os produtos que fazemos por aqui já têm alto nível, tanto que
estamos a um triz de falar em queijos vivos sazonais, algo como uma safra de
cada produto, uma vez que a evolução é contínua – e empolgante.
A Queijaria – R. Aspicuelta, 35, Vila Madalena, São Paulo – SP. Tel.: (11) 3812-6449
Os queijos da Mantiqueira vêm evoluindo rapidamente.
A biodiversidade, o frio e a umidade da região ajudam muito