VOX - #12

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Em São Paulo focou nos estudos até surgirem as
primeiras oportunidades de participação em festivais. “O
primeiro foi em 2017, em Portugal. Mandei um vídeo e
fui escolhida para representar o Brasil. Foi a melhor coisa
que me aconteceu. Aprendi muito, foi minha primeira
experiência em algo tão importante”.
Também foi em 2017, a
partir de um projeto de sua
autoria, que Jay fez o pri-
meiro recital fora do país.
Ela tocou para o público de
Buenos Aires, na Argenti-
na. “Quando decidi ir para
a Argentina fazer o recital,
fiz com a ajuda de um
amigo e pessoas do meio.
Vi o local, pensei na data, e
bem no dia ocorreu uma paralisação em todo País. Tudo
parou”, lembra.
Mesmo com a paralização de transporte público e
demais serviços dificultando a participação do público, a
pianista não desistiu e aproveitou a oportunidade para
sair às ruas e convidar as pessoas do próprio bairro onde
seria a apresentação. “Não lotou, mas algumas pessoas
aceitaram o convite e foi gratificante. Sou insistente e não
me deixo abalar”, reforça.
Em Adamantina e Araçatuba ela fez outros reci-
tais. “Foi emocionante apresentar em Adamantina,
minha cidade. Tocar em São Paulo é fácil porque não fico

maior com a música. Precisou se adaptar para cuidar da
escola e ainda conciliar com os demais estudos.
Quando se mudou para São Paulo, em 2011, os pais
venderam a escola. “Quando fiz 18 anos fui para a Capital,
pois já sabia o curso que queria fazer”, lembra.
Atualmente Jay cursa faculdade com foco na parte
técnica do instrumento clássico, em busca do bacharelado
de piano.
A música não é só um dom ou um caso de amor. Para
Jay, é um sentimento mais complexo. “Levo como ofício. É
algo que você descobre cedo ou tarde. Eu sabia desde cedo
que era minha vocação e agradeço a Deus por isso”.

OPORTUNIDADES E EXPERIÊNCIAS
Determinada, Jay começa a deixar sua marca no
mundo da música. Ela faz apresentações semestrais e
passa boa parte do ano preparando o repertório, formado
por cinco peças; barroca, romântica, clássica, moderna,
brasileira e uma a livre escolha.
“São cinco músicas ou mais. Me preparo por seis me-
ses e nos outros seis realizo as apresentações. Os eventos
acontecem na faculdade ou em lugares que recebem esse
tipo de música, como lojas de piano e teatros. Ao final de
cada ano faço um recital”. A jovem que também arrasta
grande público em sua rede social, conta que sempre
divulga as datas das apresentações por lá.
Na oportunidade, Jay anunciou um dos novos proje-
tos, intitulado “O Ilusionis-
ta e a Pianista”, em parcei-
ra com Caio Ferreira, bi-
-campeão latino americano
de ilusionismo.
“O projeto é tocar nas
apresentações, fazendo
piano ao vivo para seus
números de mágica. É algo
que está em desenvolvi-
mento e a partir do segun-
do semestre de 2019 vai para o teatro. Se tudo der certo,
vai estar também no Circuito Sesc no começo de 2020”,
planeja. A pianista tem ainda outros projetos pessoais
e tem se dedicado a músicas autorais. Ela carrega títulos e
participações em festivais e conta que concursos no meio
erudito são importantes.
Embora lembre que o primeiro concurso no qual parti-
cipou não foi uma de suas melhores experiências. “Sem-
pre tive dificuldade em decorar as partituras. E aconteceu
que nesse primeiro concurso tive uma falha de memória.
Não ganhei nenhum título, mas apesar de tudo, considero
uma experiência positiva”.

“É como um ofício, não é hobby.


Se você quer tocar bem, se quer ser


um profissional, não pode se frustrar,


tem que fazer acontecer. A música


é dedicação e empenho”.


58 REVISTAVOX.COM | ABRIL 2019

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