ABRIL 2019 | REVISTAVOX.COM 63
a criança deve participar). Depois, a
cada três sessões com a criança, uma
é com os pais, exclusivamente. Aí se
repete mais um bloco de três sessões
com a criança e outra com os pais; e,
por último, com todos que participa-
ram da primeira sessão.
A kidcoach (instrutora), psicóloga
clínica, terapeuta holística e inte-
grativa quântica, Valéria dos Santos
Rodrigues Guido, explica que geral-
mente são 10 sessões ao todo.
“Nos casos de não se ter ainda
atingido o objetivo ou surgir algum
outro aspecto, fazemos mais um
bloco de três sessões com a criança,
outra com os pais e mais uma final
com todos juntos, somando então
mais cinco sessões”, afirma.
Segundo ela, o resultado de todo
o processo, que dura cerca de três
meses, é a harmonia dentro do lar, o
prazer na realização de tarefas coti-
dianas, de acordo com a necessidade
de cada família.
Valéria esclarece, ainda, que nesse
método os pais aprendem, por exem-
plo, a lidar com situações como as
vividas da escola para casa ou depois
de um jogo de futebol ou festinha fora
de casa, quando tentam ‘puxar papo’
com os filhos, mas a conversa não
rende.
O alerta é para que as conversas
informais tenham mais força, pois
surtem mais efeito na formação e na
vida da criança do que as conversas
tidas como sérias e chatas. “Ou seja,
aproveite mais o tempo com seus
filhos, converse, expresse a alegria
de estarem juntos, desfrute bastante
e depois pergunte o que ele achou
de estarem fazendo algo juntos. Aos
poucos isso vai ajudar”.
DICAS DA PROFISSIONAL
Anotem algumas perguntas que
vocês podem fazer a seu filho, da esco-
la pra casa, para estimular o convívio:
- Qual foi a brincadeira mais legal hoje?
- O que de melhor aconteceu hoje?
- Por que foi muito bom você ter saído de
casa para ir à escola? - De todos os coleguinhas, qual foi o mais
atencioso, engraçado, amigo etc? - Teve alguém para quem você deu um
sorriso hoje?
AUTONOMIA NA INFÂNCIA
Para a família da Manuela Gomes
de Pompeu, 10 anos, coachee (termo
utilizado para se referir ao indivíduo
que está passando pelo processo de
coaching) da Valéria, ter um acom-
panhamento com o método possibi-
litou repensar e trabalhar relações
de segurança, suporte emocional e
trocas de afeto, sem tanta cobrança e
pressão. “Ela tinha alguma ansieda-
de, que comecei a perceber com cinco
anos, e isso me incomodava, queria
entender de onde vinha isso, como
poderia ajudá-la de uma forma dife-
rente, porque via que sofria”, explica
sua mãe, Renata Aparecida Gomes
de Pompeu.
Moradores de Adamantina, os
Pompeu, já tinham passado por
outros processos, mas só a combina-
ção de variadas técnicas e aplicação
do método kidcoaching puderam
atender a demanda da filha mais
nova, que na época do tratamento
tinha oito anos e, desde então, pode
experimentar mais responsabilidade
e menos ansiedade em sua rotina.
A mãe conta que antes do método,
provas de matemática na escola eram
motivo de ansiedade para a menina.
“Orientados, passamos a transmitir
segurança assim: ‘filha, como você
está se sentindo agora, mesmo tendo
estudado bastante?’. Diante da res-
posta de: ‘estou nervosa, com medo,
ansiosa’, eu respondia: ‘lembre-se
que você se preparou bem, que tal
pensarmos em tudo que pode acon-
tecer amanhã e você me dizer como
gostaria de reagir?’. Assim íamos
eliminando todo pensamento ruim
e reprogramando os pensamentos
bons dela”, relembra.
Além disso, situações de arruma-
ção de quarto, brinquedos e materiais
escolares, apresentações e eventos,
passaram a ser abordados sem bri-
gas, medo ou ansiedade, sempre com
uso de perguntas que estimulavam
Manuela a pensar e tomar decisões
que causassem bem-estar a si e a
quem estivesse a sua volta.
“Orientados, passamos
a transmitir segurança:
‘filha, como você
está se sentindo
agora, mesmo tendo
estudado bastante?”
Renata Aparecida
Gomes de Pompeu