VOX - #12

(VOX) #1

92 REVISTAVOX.COM | ABRIL 2019


lguém falou ou você
já leu postagens de
redes sociais men-
sagens de motiva-
ção do tipo “pensar
fora da caixa”? Ir na
contramão da maioria pode ser desa-
fiador, trazendo boas perspectivas ou
não. Para saber, é preciso arriscar!
E foi o que fez Washington Ribei-
ro, um jovem de 23 anos, na época,
frequentador da noite adamantinen-
se e que queria algo novo. Arriscou! E
hoje, aos 29 anos, é um dos principais
donos das festas do Oeste Paulista: o
famoso Xitão Ribeiro.
Com o nome que virou marca,
sinônimo de eventos diferenciados,
ele está à frente das festas Sunset
Beach (Pé Na Areia) e Black Party em
Adamantina, e Öshua, em Presidente
Prudente, trazendo o melhor da cena
eletrônica para uma região predomi-
nantemente sertaneja.
“A música eletrônica é universal.
Todo mundo se diverte, a vibe, o
clima diferente, os sorrisos são mar-
cantes. Os eventos dinâmicos colo-
cam todos para dançar, quando você
menos percebe está sendo levado
pela música, mesmo não sendo fã do
estilo. O fato das festas serem plane-
jadas, do tipo que ‘enche os olhos’, faz
a diferença. O público gosta e anseia
por coisas novas e diversificadas”.
Mas foi em um rodeio que veio

o primeiro start de Xitão. Ajudando
amigos na divulgação de eventos,
ele viu em uma atração country que
havia se apresentado na tradicional
festa de peão de Adamantina, a opor-
tunidade de fazer algo diferente.
Em 2012 organizou seu primeiro
evento, o Arena Country. “Por incrí-
vel que pareça a primeira festa que
organizei foi country. Gosto do estilo,
o country rock, e naquela época a
atração principal, a Red Fox, vinha
na pegada que gostaria para os meus
eventos, trazer algo novo, diferente
para a região”, disse.
No ano seguinte mais uma inova-
ção: uma festa de música eletrônica.
“Era uma incógnita, não sabíamos se
daria certo. Uma cidade com cultu-
ra sertaneja com a Festa do Branco
totalmente eletrônica. Mas, deu! Com
ingressos esgotados”, recorda. O
evento foi realizado em parceria com
Lucas Garcia, do Bar do Diogo.
Desde então, não parou mais! Em
2013 lançou sozinho a Black Party,
que chega a sua 6ª edição neste ano
atraindo público do interior paulista,
até da Capital, e de outros estados.
“Aos poucos inserimos o ele-
trônico na cultura regional, algo
construído aos poucos, um tijolinho
de cada vez. E não foi fácil. Para se
ter ideia tive que vender uma moto
para dar sinal [entrada] do cachê do
DJ na primeira festa que organizei.

O investimento é alto e isso foi uma
das principais dificuldades do início.
Hoje, quanto mais a festa cresce, mais
difícil fica para organizar”, pontua.
Mesmo com os entraves do cami-
nho ele não desanima por ser uma
paixão e, claro, um negócio. Contra a
vontade dos pais, Xitão não terminou
a faculdade de Direito para se arris-
car em um ramo
que até então era
apenas diversão.
Atualmente é
um dos princi-
pais empresá-
rios da área, já
que os convites
são esgotados
dias ou até se-
manas antes da
data dos eventos.
“Para se ter uma
ideia, na festa
Sunset Beach
foram emprega-
dos diretamente
cerca de 150
pessoas. É muita
gente envolvida,
e como todo
negócio tem que
ter foco para ad-
ministrar. Para
alguns é diver-
são, porém, para
mim, é trabalho.
Eu respiro isso”.
Ele explica
que define as
atrações aproxi-
madamente oito
meses antes da
data do evento.
“Em outubro
[de 2018], por
exemplo, estava
na reta final dos
preparativos da
Öshua, mas já
pronto para lançar a Sunset Beach
que aconteceu em janeiro e fechando
as atrações da Black Party, marcada

O ELETRÔNICO


NO SERTÃO


Em uma região em que a música sertaneja sempre predominou, um novo estilo conquistou
o público – o eletrônico. Muito se deve a Xitão Ribeiro, jovem que colocou a região em
evidência com eventos que têm os ingressos mais disputados, se esgotando dias ou até
semanas antes da realização dos mesmos.

A

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