VOX - #3

(VOX) #1
O empresário Ricardo Haddad

“Costumo brincar dizendo
que meu pai foi me lapidando
para chegar onde estou. Ele
sempre me apresentava aos
amigos, dizendo que era o filho
mais velho e seu sucessor, até
que aos 13 anos ele me colo-
cou para trabalhar. Comecei
fazendo cobrança, mas passei
por todas as funções dentro
da funerária, como vendedor
e agente funerário, até chegar
aos 18 anos ao cargo de geren-
te”, conta.
Segundo ele, seguir os ca-
minhos do pai aconteceu na-
turalmente. “Meu pai dizia que
se eu quisesse chegar ao cargo
de gerente, teria que passar por
todas as outras funções, e foi
exatamente o que aconteceu.
Nesse tempo fui me apegando
à empresa e querendo crescer
dentro dela. Quando cheguei na
fase da faculdade, diferente do
meu irmão que foi estudar na
Itália, optei por cursar Ciências


Contáveis em Lucélia e continu-
ar trabalhando. Tinha que per-
manecer ao lado do meu pai”.
Ricardo começou a bus-
car cursos e inovações, mas
implantá-los não foi nada fácil.
“Crescemos dentro da funerá-
ria. Depois que comecei a estu-
dar e a buscar inovações, houve
um choque de ideias com meu
pai, afinal somos de gerações
diferentes. Tive que conquistar
ele aos poucos”, diz.
A compra da empresa acon-
teceu quando o pai Haddad
resolveu vender a mesma para
pessoas de outra cidade. Ri-
cardo pensou até em ir como
funcionário. “Minha vida era a

empresa. Se ele vendesse, tinha
que ir junto. Foi aí que surgiu a
ideia de comprar, mas não tinha
recursos. Foi quando meu pai
me fez uma proposta e aceitei,
pagando parcelado tudo o que
devia”, conta.
Questionado sobre o futuro
dos filhos, Ricardo afirma que
se sentiria feliz se um de seus
três filhos resolvesse no futuro
assumir a empresa. “Se fosse
apostar em alguém, apostaria
na minha filha do meio, Samira
(3). Ela já brinca, pega minhas
chaves e diz que vai pra firma
trabalhar”, conta. Ricardo ainda
tem Vitor Fuad (6) e José Ricar-
do (2).

“Meu pai foi me lapidando para chegar
onde estou”, Ricardo Haddad

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