Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-25)

(Antfer) #1

A vez de Tebet


Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
quarta-feira, 25 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Luciano Huck, Luiz Henrique Mandetta, João Amoêdo,
Alessandro Vieira, Eduardo Leite, Rodrigo Pacheco,
Sergio Moro e João Doria.


Todos esses nomes integram o rol de caídos na
tentativa, pessoal ou por procuração, de criar condições
para viabilizar uma candidatura presidencial alternativa
ao duopólio Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair
Bolsonaro (PL) neste ano.


O ex-governador de São Paulo, que desistiu da
postulação na segunda (23) após ter sido minado pelo
próprio partido, é a vítima mais recente do processo.


Foi dos que mais durou no páreo: desde que irrompeu
na política ao tirar o PT da prefeitura paulistana no
primeiro turno de 2016, o tucano Doria se comportou
como presidenciável. A vez na fila agora é da senadora
Simone Tebet (MDB-MS).


A emedebista é o que marqueteiros chamam de folha
em branco, em termos de imagem, com algumas
vantagens apontadas por seus apoiadores para
compensar a experiência executiva algo exígua.


Aos 52 anos, é pouco conhecida, portanto enfrenta
baixa rejeição, vem de família política tradicional numa
região importante para a economia e, acima de tudo, é
mulher. Este atributo é lembrado quando se analisa a
repulsa a Bolsonaro no público feminino.

Tebet terá uma árdua tarefa pela frente. Primeiro,
convencer o PSDB e seu parceiro de federação, o
Cidadania, a ser apoiada como candidata. Grupos
tucanos resistem à iniciativa do presidente da sigla,
Bruno Araújo, de priorizar a senadora sul-mato-
grossense.

Ele conta com um aliado poderoso -o sucessor de Doria
no governo paulista, o ainda desconhecido Rodrigo
Garcia, para quem um projeto nacional anódino tende a
favorecer a construção de sua própria figura numa
eleição dura.

Tebet também terá de lidar com seu partido, que
historicamente evita lançar candidaturas presidenciais e,
quando o faz, não despende muita energia com elas.
Hoje, boa parte do MDB está com Lula.

Caso ultrapasse esses obstáculos, Tebet não deverá
contar com um integrante original da terceira via, o
União Brasil, que desembarcou do projeto com suas
grandes verba eleitoral e capilaridade. Um acerto com
Ciro Gomes (PDT), que sobrou na pista da esquerda
dominada pelo PT, parece improvável.

Enquanto isso, ela busca elaborar um discurso de
consenso e, na economia, cerca-se de nomes outrora
associados ao PSDB, de orientação liberal. Mais
importante, Simone Tebet terá de provar ao eleitor sua
viabilidade na disputa: a senadora patina em 1% de
intenção de voto, segundo o Datafolha.

COLUNISTAS
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