Bolsonaro se queixa de demora em troca na Petrobras
Banco Central do BrasilJornal O Globo/Nacional - Economia
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Ministério da EconomiaClique aqui para abrir a imagemAutor: ALICE CRAVO E BRUNO ROSA
O presidente Jair Bolsonaro criticou ontem a dificuldade
para trocar o presidente da Petrobras. No começo da
semana, ele demitiu José Mauro Coelho, que estava há
apenas 40 dias no cargo, e nomeou Caio Paes de
Andrade, que foi secretário de Desburocratização no
Ministério da Economia. Bolsonaro afirmou que tem
'total direito', por meio do Ministério de Minas e Energia,
de 'propor mudanças, não só do Conselho da empresa,
como da diretoria e do próprio presidente'.
Ele afirmou que a permanência de José Mauro Coelho -
que, mesmo demitido, continua no comando da estatal
até que o nome do novo indicado seja aprovado - seria
o mesmo que 'manter ministro de Temer' depois de ter
assumido a presidência. Coelho foi nomeado por
Bolsonaro em março, depois de o próprio presidente ter
demitido Joaquim Silva e Luna do comando da
petroleira.
- É a mesma coisa que a gente tivesse, quando assumi
o governo... Não trocar ninguém é ficar com o mesmo
ministro do Temer, não tem cabimento - afirmou, na
saída da Capela São Pedro No lasco, na Vila
Telebrasília, onde, segundo fontes, teria gravado
participação em propaganda partidária do PL.
INCERTEZA SOBRE COMANDO Um dos fatores
responsáveis pela demora na troca do comando da
Petrobras é um decreto editado por Bolsonaro no dia 18
de abril. Na ocasião, ele tentava evitar confusão como a
que impediu o consultor Adriano Pires de assumir a
presidência da estatal, em razão de conflito de
interesses.O decreto criou uma nova sistemática para a indicação
de nomes para cargos no conselho de estatais. De
acordo com essa nova regra, os candidatos só podem
ter sua indicação submetida à votação em assembleia
depois que tiver sido concluída a análise, no caso da
Petrohras, do Comitê de Pessoas. É nessa instância
que são rechecadas as credenciais dos candidatos para
verificar se estão em linha com os dispositivos da Lei
das Estatais.Segundo especialistas, no caso de Paes de Andrade há
risco de judicialização. Um grupo de acionistas
minoritários, inclusive, já indicou que entrará na Justiça
caso a indicação dele seja aprovada.Na reunião de quarta-feira, o Conselho de
Administração da Petrobras decidiu que só vai convocar
uma assembleia de acionistas para debater o nome de
Paes de Andrade após a análise do Comitê de Pessoas.Em razão dos prazos previstos para convocação de
assembleia, isso deve atrasar o processo em 45 dias.Na prática, a Petrobras deve enfrentar um período de
incerteza a respeito do comando, das diretrizes da
companhia e das políticas que serão adotadas adiante
até meados de julho.SÓ UM NOME INDICADOE um complicador é que, até agora, o governo só
sinalizou a indicação de mais um outro nome para o