Banco Central do Brasil
Jornal O Globo/Nacional - Economia
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais
de Preços ao Consumidor da FGV, a inflação do setor
de saúde, em geral, sobe mais que a do consumidor.
Para ele, o reajuste terá impacto significativo no
orçamento das famílias e nos índices de preços: - Vai
ser um impacto muito grande para a inflação como um
todo. Um pouco do reajuste será para acomodar a
queda do ano passado.
Lucas Andrietta, economista do Grupo de Estudos sobre
Planos de Saúde e Interações - Público-Privadas
(GEPS-FMUSP), diz que é inegável que há uma
inflação do setor de saúde acima da do restante da
economia. Mas avalia que a ANS deveria tratar de
outros aspectos para a sustentabilidade do setor.
- A responsabilidade da ANS não é proteger a
lucratividade dos planos de perdas inflacionárias, mas
proteger o consumidor de condutas abusivas das
operadoras e possibilidades excepcionais de
insustentabilidade financeira - defende. - O aumento
indefinido das despesas assistenciais na saúde
suplementar é prejudicial para todo o sistema de saúde
e suas causas são muito pouco compreendidas,
exatamente pela dificuldade de monitorar e regular o
setor. Esse cenário não pode ser mobilizado apenas na
hora de garantir reajustes ou de garantir receitas
crescentes para as operadoras.
RISCO DE EXPULSAR USUÁRIOS A advogada Ana
Carolina Navarrete, coordenadora do programa de
Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
(Idec), destaca que o reajuste pode expulsar
consumidores dos planos em um momento de crise: -
Poucos setores da economia foram beneficiados pela
pandemia, menos ainda ampliaram tanto seus ganhos
como a saúde suplementar brasileira. A metodologia da
ANS foi pensada para momentos de estabilidade e não
situações atípicas, como a que vivemos. O mínimo que
se espera das empresas é que não repassem ao
consumidor.
Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Destaques Jornais Nacionais