Bolsonaro diz que se reunirá com Biden, mas critica líder americano
Banco Central do BrasilJornal O Estado de S. Paulo/Nacional - Internacional
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - DavosClique aqui para abrir a imagemAutor: EDUARDO GAYER
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que se reunirá com
seu colega americano, Joe Biden, na Cúpula das
Américas, em Los Angeles, entre os dias 6 e 10. Será o
primeiro encontro entre os dois. 'Terei uma (reunião)
bilateral com ele. Irei para lá para fazer valer o que o
Brasil representa para o mundo', afirmou a jornalistas,
após visitar uma igreja em Brasília. Em seguida,
Bolsonaro fez uma série de ataques ao presidente dos
EUA, citando sua idade.
Bolsonaro comentou a conversa que teve com o
emissário de Biden, o ex-embaixador Christopher Dodd,
que esteve no Palácio do Planalto nesta semana para
convidar o presidente brasileiro, em uma mudança de
posição de Washington.
SINCERIDADE. 'Botei as cartas na mesa. Falei da
mudança de comportamento dos EUA com o Brasil
desde quando o Biden assumiu. Com o (Donald) Trump
estava indo muito bem, tínhamos muitas coisas
combinadas para fazer aqui no Brasil, entre outras
coisas, explorarmos nióbio. Quando entrou Biden
simplesmente houve um congelamento', disse
Bolsonaro, que compartilha uma antipatia
aparentemente mútua com o americano.O brasileiro apoiou publicamente a reeleição de Trump,
fez campanha contra Biden chamando-o de senil, e
levou dias para cumprimentar o democrata após sua
vitória.De acordo com Bolsonaro, durante a cúpula do G-20,
marcada pelo isolamento do presidente brasileiro, Biden
passou por ele 'como se ele não existisse'. 'Foi um
tratamento com todo mundo por parte do Biden, não sei
se é a idade', afirmou. O presidente americano tem 79
anos e Bolsonaro, 67.O brasileiro ainda confirmou que não queria participar
da Cúpula das Américas, como adiantou o
Estadão/Broadcast Político. 'Eu estava propenso a não
comparecer, eu não posso ir, com o tamanho do Brasil,
para ser moldura de fotografia', declarou, indicando que
só aceitou o convite para a cúpula após ter certeza de
que haveria uma reunião bilateral com Biden.'Eu não vou lá para sorrir e apertar a mão (de Biden),
vou para lá resolver os assuntos. Alguns querem que eu
acolha aí uma pauta internacional para ficar bem na
foto, isso não vai acontecer por parte do Brasil enquanto
eu for presidente', acrescentou, sem especificar a que
se referia.DEMOCRACIA. A Cúpula das Américas, a primeira
sediada nos EUA desde o encontro inaugural, em 1994,
será o maior evento de política externa de Biden para a
região e tratará de ameaças à democracia, direitos
humanos e preservação do meio ambiente, temas
sensíveis para o presidente brasileiro, criticado
internacionalmente pela devastação da Floresta
Amazônica e pela ameaça às comunidades indígenas.FORA DA AGENDA. Até hoje, os dois presidentes só
trocaram cartas em tom protocolar e o Itamaraty
acredita que o diálogo presencial entre eles seria