Bolsonaro diz que Sachsida tem porteira fechada e que define política da
PetrobrasBanco Central do BrasilJornal Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Ministério da EconomiaClique aqui para abrir a imagemAutor: Marianna Holanda
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse
nesta quinta-feira (26) que entregou o Ministério de
Minas e Energia, ao novo titular, Adolfo Sachsida, de
'porteira fechada' e que caberá a ele definir eventuais
mudanças na política de preços da Petrobras (PPI,
Preço de Paridade de Importação).
'Porteira fechada' é um jargão utilizado em Brasília
quando a autoridade tem plena autonomia para definir
todos os cargos da pasta ou do órgão.
'O ministro de Minas e Energia pediu pra sair, coloquei o
Sachsida lá, e é do meu feitio dar porteira fechada. Não
vou ligar pra alguém vinculado ou abaixo da escala
hierárquica do ministério pra pedir informações.
Sachsida, [tem] carta branca', disse Bolsonaro a
jornalistas.
Uma semana depois da entrada de Sachsida na pasta,
o presidente mudou o comando da Petrobras, indicando
o secretário de Desburocratização, Gestão e Governo
Digital no Ministério da Economia, Caio Paes de
Andrade.Embora indicado, Andrade só deve assumir o posto em
cerca de 60 dias.Acoluna Mônica Bergamo mostrou que a estimativa de
integrantes do conselho é de que a a estatal pode
gastar pelo menos R$ 1 milhão para eleger novo
indicado.O chefe do Executivo disse que a demora é a
comprovação de que nem ele nem Sachsida mandam
na Petrobras. Comparou ainda à troca no comando da
estatal, que é a quarta desde que assumiu o Planalto,
com a sua posse.'Mesma coisa de quando eu assumi o governo. Não
trocar ninguém e ficar com ministro do Temer, não tem
cabimento isso', disse. Novas mudanças nas diretorias
da estatal são esperadas por integrantes do governo.O aumento desenfreado no preço dos combustíveis,
motivado em grande parte pela Guerra da Ucrânia, tem
sido uma das principais preocupações no Palácio do
Planalto.Desde o início do ano, a estatal entrou especialmente
na mira de Bolsonaro, que chegou a chamar de 'estupro'
o lucro de R$ 44 bilhões da estatal.Quando lhe foi perguntado se haverá mudança no PPI,
respondeu que deixará para Sachsida definir, mas que
pediu maiores informações sobre a precificação da
estatal.'Mandei levantar o que era PPI de verdade. Sou
acionista, quem mais tem ações na Petrobras sou eu.
Queria saber se as refinarias estavam trabalhando com
capacidade máxima e não tinha essa informação',