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DINHEIRO DA REDAÇÃO - Paulo Guedes não desiste


Banco Central do Brasil

Revista Isto É Dinheiro/Nacional - Dinheiro da Redaçao
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Carlos José Marques


Não se pode negar ao ministro da Economia a
qualidade da persistência. Não colheu grandes
resultados da luta e crença na implantação do


liberalismo no País, embora jamais tenha desistido.
Segue na cruzada. Perseverou em todas as bandeiras
nesse sentido, pelo ajuste do Estado, rumo a uma
estrutura pública mais enxuta. A Reforma Administrativa
é o grande exemplo. Não saiu, a contragosto dele, por
obra e interferência direta de um certo capitão, sempre
insistindo em postergar o inadiável. Da mesma safra de
revezes está a Reforma Tributária, também essa
sabotada por injunções, entre idas e vindas. Guedes
persevera e ainda corre atrás de uma saída. Propõe
uma rearrumação fiscal simplificada, baseada em
mudanças pontuais. Encontra um muro de resistência.
Lá atrás teve de lavar as mãos e deixar a política de
tarifas dos combustíveis a cargo de outra pasta, das
Minas e Energia, porque assim quis o mandatário. Com
a lambança do descontrole de preços, o “Posto
Ipiranga” foi chamado de volta para dar um jeito,
arrumar a casa. No plano trabalhista, embora tenha
realmente chegado à sua mesa a ideia de uma redução
na contribuição do FGTS, de 8% para 2%, afastou de
pronto a alternativa, que não seria, decerto, bem
recebida. Estava ciente. Ao contrário do que se
imaginava, não foi ele quem propôs e tampouco quis
fazer prosperar a alternativa. Mandou engavetar os
estudos. O ministro, no amplo leque de desafios a que
se propôs, vem pensando o ajuste econômico como um
todo e virou uma espécie de “faz tudo” para resolver os
pepinos que vão surgindo aqui e acolá no governo.
Partiu para Davos na semana passada com a árdua
missão de vender um Brasil melhor do que aparenta.
Precisa e está correndo atrás de investidores que
banquem a compra de estatais e topem entrar nos
leilões de concessões. Nesse aspecto, a privatização da
Eletrobras pontifica como uma espécie de troféu pelo
esforço e empenho despendidos até aqui. Deve
finalmente sair, mesmo debaixo de críticas, de queixas
sobre valor subavaliado e das habituais resistências
setoriais. É uma sinalização, e tanto, repassar a joia da
coroa. A questão é: ao vender as ações, mesmo que a
um preço razoável, terá condições de proteger os
consumidores das altas sistemáticas na conta da
energia elétrica? No momento, o governo tenta
encontrar atalhos para baixar o custo da luz ao
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