Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-29)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
Sunday, May 29, 2022
Banco Central - Perfil 1 - Caderneta de poupança

12 vezes.


Na época, eu morava com a minha mãe e o meu irmão.
Meu pai, felizmente, já tinha morrido -minha mãe viveu
uma vida de abusos ao lado dele, que também sobrou
para mim. Ainda hoje tomo remédios controlados. Por
meio das minhas postagens, as pessoas descobriram
que na favela tinha lugar decente para morar: não era
só parede com reboco e fio desencapado. Cheguei a 3.
000 seguidores e o pessoal de um banco me convidou
para ir a São Paulo, para um evento.


Me senti um bicho do mato, mas disseram que eu era a
cara do público que eles queriam atingir e me
convidaram para fazer uma campanha.


lam me pagar R$10 mil para uma sequência de posts e
stories por três meses. Quase morri! Depois as marcas
me descobriram e começaram a me chamar. Faço posts
de coisas que gosto, não saí da favela. Hoje eu digo
que sou uma pobre prime. Comprei minha quitinete,
meu carro e faço faculdade


ISABELA BORGES, 25 Oisaborgesh


Desde criança sempre me senti excluída, sofria bullying
na escola. Nunca fui magra. Me chamavam de 'baleia
assassina". Como sempre gostei muito de ler, decidi na
adolescência criar um blog sobre livros e viagens. Mas
também gostava de futebol e artesanato. E fui para o
YouTube postar vídeos. Ninguém da família sabia sobre
os vídeos, que tinham alguma visualização. Até que um
dia eu postei: "Notícia bombástica: vou mudar meu
cabelo!". Tive 500 mil visualizações. E não fiz nada de
mais, apenas saí do loiro químico e voltei para o preto
(risos). Até que eu fiz um intercâmbio para trabalhar na
Disney, no final de 2016. Passei três meses no Magic
Kingdom, em Orlando (EUA), e comecei a postar tudo
no canal. Fazia a limpeza do parque, chegava a ficar 16
horas de pé. Voltei para o Brasil, terminei a faculdade
de desing gráfico e me casei com o Gabriel, que
também é influencer (Qverdadeirodg). Voltamos para
Orlando, para trabalhar na Disney, com orientação aos
turistas. Moramos por três anos nos EUA.


Fui colocando tudo no YouTube, ganhava com a
monetização, quando a plataforma paga centavos por
views. No final de 2019, tinha ganhado US$10 mil. Hoje
tenho mais de 900 mil inscritos. Alguns dos vídeos de
maior audiência foram sobre o dumpster diving: lojas
que descartavam produtos novos, com pequenos
defeitos, no lixo nos EUA, e registrei tudo, fui revirar o
lixo

MATHIRA MENEZES,

26 Omathiramenezes Comecei a ver vídeos de
maquiagem no YouTube com 17 anos. Mas os vídeos
mostravam uma realidade muito distante da minha:
marcas caras, da MAC, por exemplo. Até que encontrei
vídeos de meninas gringas que eram muito mais
simples, usavam as marcas mais baratas. Achei que eu
precisava fazer algo do tipo aqui também. Peguei o
dinheiro do estágio que eu estava guardando para fazer
o cursinho, na época ganhava R$ 280 por mês, e
comprei uma câmera. Meus pais me apoiaram, meu
irmão me ensinou a editar vídeo. Hoje, tenho 292 mil
inscritos no YouTube. Quando o Instagram começou a
bombar, juntei um dinheirinho e comprei um iPhone SE,
novinho. Logo depois emendei uma campanha: um
contrato de R$ 24 mil por um ano, cheguei a pensar que
estava rica (risos).

Em 2019, comecei a ter picos de depressão e
ansiedade. Sempre que conseguia gravar um vídeo,
chorava após postar. Veio a pandemia e tudo ficou
ainda pior. Só no final de 2020, depois de passar por
dois psicólogos, procurar um psiquiatra, tomar
medicação, é que comecei a reagir. Em 2021, meu
marido me levou a uma agência de influencers, mas não
sabia mais se queria continuar. Eles me convenceram
de que eu precisava fazer o que gostasse e fechei um
contrato com a Nivea, senti que estava de volta. Hoje,
perdi seguidores, tenho 235 mil no Instagram, eram 300
mil quando parei. Mas não tenho vergonha disso

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Caderneta de poupança
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