Aero Magazine - Edição 305 (2019-10)

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A

norte-americana
Stratus Aircraft tem
planos ambiciosos
para o mercado
de aviação geral.
Durante o último Air Venture, em
Oshkosh, a empresa revelou sua
estratégia para o recém-anunciado
monojato 716X, a versão alongada
do avião-conceito 714, mais co-
nhecido do público. O fabricante
de Redmond, no Oregon, preten-
de se tornar uma indústria voltada
ao estrato de aeronaves certifica-
das. O objetivo é obter o certifi-
cado de tipo e começar a entregar
o 716X em 2022. Até lá, a ideia é
vender o avião como experimen-
tal, em forma de kit de montagem,
para alavancar o projeto.
Na prática, o desenvolvimen-
to do avião cumprirá duas etapas
durante três anos. Na primeira,
o 716X será oferecido para quem
busca um avião a jato experi-
mental, em modelo similar ao
adotado pela Epic com o E1000


  • há alguns anos, a Epic tenta cer-
    tificar o E1000 enquanto vende
    kits de montagem. A segunda fase
    do projeto será justamente aquela
    que prevê a transformação da
    Stratus Aircraft em uma indústria
    voltada para aviões certificados.


KITS DE MONTAGEM
Segundo a startup, a previsão é
vender três kits por ano do 716X,
abrindo caminho para captação
de capital e atração de interesse
por parte de investidores. Os fun-
dos levantados nessa etapa finan-
ciariam o processo de certificação
do avião, que tem potencial para
revitalizar o mercado dos VLJ,
acrônico de Very Light Jets.

A Stratos já acumulou mais
de 185 horas em pelo menos
130 voos de teste com o modelo
714, que está em fase avançada
de desenvolvimento. O pequeno
monojato atingiu 370 nós em al-
titudes de até 25 mil pés. O avião
surgiu para atender ao mercado
VLJ, que chegou a ser conside-
rado uma tendência irreversível
na década de 2000, mas logo se
provou menos pujante do que o
esperado.

MERCADO VLJ
Entre os projetos VLJ, poucos
vingaram. No início, o mercado
projetado pelo pioneiro avião da
Eclipse, que prometia um jato
com preço inferior a um milhão
de dólares, mostrou-se promis-
sor. Pelo menos até se perceber
que o entrave seria conseguir
entregar um avião nessa faixa
de preço. No fim, o movimento
criou condições para a entrada
da Embraer no mercado de avia-
ção de negócios com o Phenom
100 e o lançamento de modelos
como Citation Mustang, da
Cessna. Já a Cirrus, após vários
atrasos, reviu o projeto de seu
monojato antes de finalmente
certificar o Vision, que passou
a ser comercializado como um
personal jet, um modelo de en-
trada na aviação a jato, antece-
dendo até mesmo os VLJ.
A Stratos Aircraft pretende
oferecer uma aeronave com
capacidade intermediária
entre o Vision e o Phenom
100, competindo, ainda, com
turbo-hélices monomotores de
alta performance, em especial
as famílias TBM e Meridian.

O projeto sofreu alguns ajustes
conceituais, permitindo à Stratos
lançar uma aeronave maior do
que o 714, mirando o mercado
de aeronaves certificadas.

CABINE MAIS LONGA
Baseado em feedbacks tanto de
clientes atuais como do mercado
em geral, a Stratos realizou uma
revisão considerável de projeto,
que envolveu uma nova fusela-
gem, dando origem ao 716X em

Novo avião é derivado
do conceito do 714,
que acumula mais
de 180 horas de voo
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