20 wJANEIRO DE 2019 wVOCÊ S/A
AGORA | ENTREVISTA COM A PRESIDENTE
A
internacionalização sempre esteve presente na vida da paulista
Maria Oldham. Durante a faculdade, morou na Alemanha, de-
pois passou metade de seus 12 anos de carreira em Londres,
trabalhando no Goldman Sachs. Em 2017, resolveu sair do banco
tradicional e se aventurar pelas startups. Foi quando conheceu
a fintech sueca iZettle, fundada há oito anos e presente em 11
países. Ingressou na companhia como gerente de desenvolvimen-
to em Londres e há um ano voltou ao Brasil como presidente da
startup. O momento não poderia ser melhor, já que em maio de 2018 a empresa
foi comprada por 2,2 bilhões de dólares pelo PayPal, gigante dos sistemas de
pagamento online. Com um time de 63 pessoas, o desafio da executiva é con-
solidar a iZettle no mercado local em meio à guerra das maquininhas.
Qual é a importância da operação
brasileira para a iZettle?
Nós estamos sólidos na Europa, mas
enxergamos um potencial de cres-
cimento enorme no Brasil — que
depois de Estocolmo é nossa segun-
da maior operação. Mesmo que o
país esteja saindo de um período de
crise, ele apresenta oportunidades
de expansão que mercados maduros
não possuem. Estamos falando de
um público que movimenta 4,45 tri-
lhões de reais por ano, dos quais a
participação de meios de pagamen-
to digitais é pequena, de apenas
28%. No Reino Unido, em compara-
ção, esse número é 68%.
Como você avalia o setor de
meios de pagamento no Brasil?
Antes, havia um monopólio de dois
grandes players. Desde 2009, o Ban-
co Central vem tomando medidas para
tornar o setor competitivo. Esse mo-
vimento aconteceu na Europa, e hoje
existe uma série de regulamentações
que acredito que serão implantadas
no Brasil. Com isso, surgem oportu-
nidades em todo o universo de paga-
mentos digitais, inclusive de sistemas.
Por que você decidiu sair
do mercado financeiro?
O Goldman Sachs foi uma excelente
escola, mas sentia falta da experiên-
Aos 36 anos, Maria Oldham está à frente da operação
da iZettle, fintech sueca de meios de pagamento, e
sua grande motivação é ficar em contato constante
com o time Texto Luciana Lima | Foto Germano Lüders
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