O problema é que não só os próprios
resquícios de aliens pareciam restitos
ao passado, como a própria ufologia
se tornou algo “do passado”. Décadas
atrás, aliens e OVNIs tinham tanto
apelo popular que papos sobre discos
voadores valiam até para almoço de
família. Não faltava quem dissesse já
ter visto alguma coisa. A moda, porém,
passou, e escancarou uma certa crise
de representatvidade.
Quando as ideias de Von Däniken
despontaram, era mais fácil acreditar
em testemunhos de quem dizia ter visto
naves alienígenas. Ninguém andava com
câmeras fotográficas na mão o tempo
todo. Jamais haveria a cobrança por uma
selfie com disco voador reluzente atás.
Hoje, que basicamente toda a popu-
lação mundial anda com uma filmadora
de alta resolução no bolso, um relato
precisa de boas imagens para soar le-
gítmo. E a humanidade segue tão sem
imagens críveis quando em 1970. Isso
desanima até os mais abertos à ideia de
que somos visitados o tempo todo por
seres de outos planetas.
O discurso de que as pirâmides do
Egito ou os moais da Ilha de Páscoa
foram constuídos por uma tecnologia
superior também não cola mais como
antes. Muito graças ao crescimento da
divulgação científica, que foi capaz
de popularizar o fato de que, sim, pi-
râmides e estátas gigantes são obras
de humanos engenhosos tabalhando
com ferramentas simples.
Os ufólogos, de qualquer forma, são
como os brasileiros daquela campanha
publicitária da década passada: “não
desistem nunca”. E agora o jeito é se
aproximar da ciência propriamente dita,
numa tentatva de sugar um pouco da
credibilidade dela. Vejamos como.
Marcas do que se foi
Foi por conta de uma tentatva do tpo
que nós, da SUPER, nos mistramos ao
público que assista às falas da dupla
Tsoukalos e Von Däniken. O convite à
imprensa para o evento era categórico
em destacar o mais novo tunfo do por-
tfólio mundial de evidências ufológicas.
Não se tatava de reinterpretações so-
bre monumentos da Antguidade ou
mais relatos de gente que diz ter sido
abduzida. A estela do convite era um
fato da ciência: o asteroide Oumuamua,
que tem a curiosa aparência de charuto
e mais de 400 metos de comprimento.
Detectado por um telescópio do Havaí
em outbro de 2017, ele é o primeiro
asteroide vindo de fora do Sistema Solar
detectado pela astonomia.
A descoberta havia ganhado novos
contornos um ano após o Oumuamua
dar as caras. Tudo graças a um artgo
científico de pesquisadores da Univer-
sidade Harvard, que tentava explicar a
natreza estanha do objeto intereste-
lar. Em meio a argumentos razoáveis
“O discurso de que
as pirâmides do
Egito ou os moais da
Ilha de Páscoa foram
construídos por uma
tecnologia superior
também não cola
mais como antes.”
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