M A R T E
vivendo juntos,
espremidos em uma área de 72 me os
quadrados, ao longo de 520 dias. Eles
estavam ancados numa estação de
testes em Moscou – mas a ideia da
experiência, realizada pela Academia
Russa de Ciências en e 2010 e 2011,
era simular uma ida a Marte. O me era formado por
ês russos, um italiano, um francês e um chinês. Eles
nham de responder a testes e cumprir uma ro na
de tarefas, e passavam as horas de folga vendo filmes
e jogando videogame. Se davam bem. Mas, conforme
o tempo foi passando, o clima mudou. Todos foram se
tornando apá cos, e qua o dos seis par cipantes se
isolaram – cada um deles passou a se alimentar sozi-
nho, teve insônia e exibiu claros sinais de depressão.
Tudo isso numa missão de men rinha, sem riscos nem
problemas reais. Imagine se fosse no meio do espaço.
Enviar humanos a Marte, como a Nasa pretende
fazer na década de 2030, exigirá a superação de vários
obstáculos. Mas nenhum deles parece tão complexo, e
tão in atável, quanto a questão psicológica. O confi-
namento prolongado, como a experiência russa deixou
claro, mexe com a cabeça. É por isso que, nos filmes
de ficção científica, os as onautas são colocados em
hibernação e só acordam quando estão perto do des no.
Por incrível que pareça, a Nasa cogita essa possibilidade
na vida real: encomendou a uma empresa de Atlanta,
a SpaceWorks Enterprises, um es do detalhadíssimo
sobre o tema. O documento descreve com precisão
todas as etapas do processo – e as tecnologias que
poderiam ser usadas em cada uma. Vamos a elas.
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