capa • arrependimento
O
interesse das pesquisas sobre arrependimen-
to não é somente teórico. Elas permitem com-
preender que esses sentimentos representam
uma atividade mental importante e inevitável
no ser humano, às vezes útil, mas cujos efeitos podem ser
prejudiciais para alguns. Assim, as pessoas que sofrem de
fobias graves, como as sociais (timidez patológica, que leva
a evitar inúmeras situações) ou a agorafobia (medo excessi-
vo de frequentar lugares públicos, o que limita a autonomia
e o deslocamento), devem renunciar, devido a seu distúrbio,
a muitas atividades. Elas sofrem de arrependimentos múlti-
plos que muitas vezes dão origem a um estado depressivo.
Todavia, os sofrimentos ocasionados por arrependimentos
não se relacionam apenas às pessoas com problemas psi-
quiátricos. Cada um está sujeito a tais sofrimentos em graus
variáveis, mas certos traços de personalidade os favorecem.
Diversos estudos expuseram os fatores que agravam
ou aliviam os arrependimentos, assim como as ati-
tudes que nos permitem enfrentá-los melhor.
Determinados perfis de personalidade
parecem mais expostos aos riscos de um
arrependimento excessivo que outros.
Pessoas que têm o hábito de culti-
var uma visão positiva da existência
têm menos arrependimentos, mes-
mo em relação a acontecimentos
desfavoráveis. Numa experiência,
os pesquisadores narraram aos
voluntários a seguinte cena: “En-
quanto você espera sua vez na fila