Aventuras na História - Edição 143 (2015-06)

(Antfer) #1
Por causa disso, Laudo Natel, que
já era sócio desde 1946, foi convidado
a assumir a tesouraria do clube em
1952, e aceitou por um período de um
ano. No entanto um novo sonho fez
com que os planos fossem alterados.
Juntamente com o presidente do clu-
be, Cícero Pompeu de Toledo, e de
Manoel Raymundo Paes de Almei-
da, dirigente esportivo, passou a
trabalhar com afinco em prol da
construção de um estádio para o clu-
be. Acreditava que apenas dessa
forma conseguiria manter uma re-
ceita perene, que ajudaria a manter
a associação. Foi daí que surgiu a
ideia de adquirir uma área no, na-
quele tempo distante, Jardim Leonor,
onde não havia sequer uma única
casa em um raio de 200 metros. Essa
alternativa era necessária porque a
área próxima ao Canindé, que per-
tencia ao Tricolor, fora desapropria-
da pela prefeitura para a construção
da Marginal do Tietê.
Laudo exerceu importante papel
na gestão do clube, sobretudo na bus-
ca de parceiros dispostos a investir
recursos para a construção do está-
dio. Com o afastamento de Cícero
Pompeu de Toledo, por motivos de
saúde, em 1957, Laudo Natel foi eleito
presidente do São Paulo Futebol Clu-
be em 23 de abril de 1958, ficando no
cargo até 10 de abril de 1972, com su-
cessivas reeleições, em 1960, 62, 64,
66, 68 e 70. Dessa forma passou a ser
o grande responsável por concretizar
o sonho tricolor de ter seu estádio
próprio. A obra levou 18 longos anos
e só foi possível devido à participação
de empresas privadas, sobretudo por
meio de permutas por espaço no es-
tádio, doações e de campanhas pu-

blicitárias, frutos de uma gestão fi-
nanceira extremamente austera.
Diretor do Bradesco, uma das ins-
tituições financeiras que mais cres-
ciam no país, presidente do São Pau-
lo Futebol Clube, que construía seu
estádio com seus próprios recursos,
Laudo Natel recebeu um convite inu-
sitado em 1962. O pequeno Partido
Republicano gostaria de contar com
ele como candidato a vice-governa-
dor. Naquela época, os votos para
governador e vice-governador não
eram vinculados, e o próprio partido
não acreditava ter condições de com-
petir com as grandes legendas polí-

ticas da época, PSP, PTB, UDN e
PSD. Após obter autorização do ban-
co e do clube, Laudo saiu como can-
didato. Sem explicitar apoio a ne-
nhum dos candidatos ao cargo majo-
ritário, Laudo derrotou Faria Lima e
foi eleito. Trabalharia juntamente
com Adhemar de Barros, que havia
derrotado Jânio Quadros na eleição
para o cargo de governador.
Com a cassação de Adhemar pelo
Regime Militar, que controlava o país
desde 1964, Laudo Natel se tornou
governador entre 6 de junho de 1966
e 31 de janeiro de 1967. Durante esse
período acumulou os cargos de go-

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