Aventuras na História - Edição 143 (2015-06)

(Antfer) #1
JUNHO DE
1940

17
A RENDIÇÃO
DA FRANÇA

Após o vergonhoso Acordo de Muni-
que (1938) não foram tomadas medi-
das apropriadas para evitar a invasão
da França, que finalmente ocorreu no
dia 2 de maio de 1940, quando várias
divisões de tanques alemães cru-
zaram a fronteira francesa.
A defesa da França
era péssima, e, embora
tecnicamente o seu
Exército fosse superior
em número e arma-
mento, os alemães pos-
suíam mais aviões e uma
nova técnica de combate, a
blitzkrieg, ou guerra-relâmpago,
que revolucionou a estratégia militar
moderna, concentrando forças com-
binadas de forma certeira e coorde-
nada, com blindados apoiados de
perto por elementos de infantaria
móvel, força aérea e artilharia, por
meio de ações de surpresa diante de
inimigos que não estavam prepara-
dos e que foram incapazes de reagir
de forma rápida e coerente diante das
ofensivas alemãs.
Todas essas táticas não teriam
sido possíveis sem o desenvolvimen-
to de novas formas de comunicação,
veículos especializados e uma estru-
tura de comando menos centralizada
e mais eficiente, com oficiais dotados
de iniciativa própria. As forças ale-
mãs evitavam o combate direto, in-
terrompendo por meio de ataques
seletivos as comunicações, as linhas
de abastecimento e os centros de co-
mando, o que por sua vez afundava
o moral do adversário.
No dia 16 de junho, depois que as
autoridades de Paris a declararam

cidade aberta com o fim de evitar
um bombardeio maciço que a des-
truísse, as tropas alemãs entravam
na capital sem resistência.
O presidente do Conselho de Mi-
nistros, Paul Reynaud, buscou o fim
das hostilidades com a Alemanha
nazista e foi substituído pelo mare-
chal Philippe Pétain, que assinou o
armistício em Compiègne, pelo qual
se estabelecia a divisão da Fran-
ça em duas regiões, a ocu-
pada e a do governo fran-
cês colaboracionista de
Vichy. Parte do norte e
do oeste da França foi
ocupada pela Wehr-
macht. Pétain transfe-
riu a capital para Vichy e
rompeu relações com os bri-
tânicos, convertendo a França ocu-
pada em uma ditadura fascista. O
general De Gaulle, que havia fugido
para Londres, fundou o movimento
França Livre, com exilados e habitan-
tes de colônias francesas, para orga-
nizar a resistência à ocupação.
Quando os Aliados invadiram o
norte da África, em novembro de
1942, alemães e italianos ocuparam
imediatamente a parte livre que so-
brava da França, que só seria liberta-
da no dia 6 de junho de 1944, com o
desembarque aliado durante a Bata-
lha da Normandia. Paris só seria li-
bertada no dia 25 de agosto de 1944.
Após a invasão da Normandia em
1944, Pétain e Pierre Laval, seu subs-
tituto a partir de 1942, se viram obri-
gados a buscar a proteção da Alema-
nha. Depois, ambos foram captura-
dos, julgados, considerados culpados
de alta traição e condenados à morte.
Laval foi executado em 1945, mas
Charles de Gaulle comutou a pena de
Pétain para prisão perpétua.

JUNHO DE
1815

18
BATALHA DE
WAT E R L O O

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História no site http://www.aventurasnahis-
toria.com.br e saiba mais na matéria
que começa na página 20 desta edição.

JUNHO DE
1097

19
CERCO
DE NICEIA

As Cruzadas foram uma série de ex-
pedições militares realizadas de 1096
a 1291 em sucessivas etapas pelos ca-
valeiros da cristandade ocidental, sob
o impulso da Santa Sé, para expulsar
os muçulmanos da Terra Santa.
No Concílio de Clermont (1095), o
papa Urbano II fez um chamamento
aos senhores feudais cristãos para
recuperar Jerusalém, apelando ao
seu dever de vassalagem diante do
sumo pontífice. Urbano II fez distri-
buir cruzes de tecido vermelho aos
cavalheiros que se unissem à expe-
dição, para que eles as colocassem
nas costas ou sobre a armadura. Por
causa disso, eles foram chamados
precisamente de “cruzados”.
Os senhores e os soldados da Pri-
meira Cruzada eram na maioria fran-
ceses; cada capitão comandava o seu
próprio Exército. Foi acertado que
todas as forças militares se encontra-
riam nas proximidades de Constan-
tinopla em 1099, para começar a ofen-
siva até a Terra Santa. À frente da
Primeira Cruzada foram os senhores
Godofredo de Bulhões, Boemundo de
Taranto e o conde Raimundo IV de
Toulouse, no comando de forças lo-
renas, normandas e provençais,

Charles de Gaulle

AVENTURAS NA HISTÓRIA | 45

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