52 NATIONAL GEOGRAPHIC
Estudantes de
arqueologia da
Universidade Nacional
de Trujillo preparam-se
para limpar e catalogar
os crânios da sepultura
colectiva de Huancha-
quito. O clima árido da
região norte do Peru
mumificou muitos dos
restos mortais que se
encontram invulgar-
mente bem
preservados.
A vítima jaz numa
sepultura pouco
profunda num
lote desocupado,
cheio de lixo.
É Sexta-Feira
Santa e estamos
em Huanchaquito,
uma aldeia da
costa setentrional
do Peru.
O ritmo da música de dança, que se eleva a partir
dos cafés vizinhos, soa assombrosamente como um
coração a pulsar. Vem acompanhado do ruído
suave das pás utilizadas pelos operários para remo-
ver vidro partido, garrafas de plástico e cartuchos
de caçadeira usados, revelando assim os contornos
de um minúsculo poço de sepultamento escavado
numa camada antiga de lama.
Dois estudantes universitários deitam-se de
barriga para baixo, um de cada lado da sepultura,
e começam a escavar. São arqueólogos ainda em
formação. Vestem batas e máscaras hospitalares.
Do solo, acaba por aparecer a calota de um crâ-
nio infantil. Trocando as espátulas por trinchas,
os escavadores varrem a areia solta, pondo a des-
coberto o resto do crânio e revelando os ossos do
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