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explicou Lee Elliott, era ver quem tinha determi-
nação e disciplina, mesmo estando exausto.
CERTA MANHÃ, participei numa missão de moni-
torização com Achille Diodio, o jovem encarregado
de monitorizar as 55 girafas de Cordofão do parque.
Pouco depois de chegarmos a uma área onde habi-
tualmente as girafas se concentram (uma savana
aberta pontuada por acácias e outras árvores que
elas podem tasquinhar), Achille detectou uma
cabeça espreitando no mato à nossa direita. Através
do seu ficheiro com imagens de identificação, con-
firmou que era a GIR37F, uma fêmea adulta, avis-
tada pela primeira vez quatro anos antes. Estava
equipada com um transmissor, mas este parara de
funcionar há muito tempo e Achille ficou feliz por
vê-la viva e, aparentemente, de boa saúde.
“Temos boas pessoas aqui, mas temos de as
tratar bem.” Lee destaca Pascal Adrio Anguezi,
um major congolês que trabalha como chefe das
forças da lei. Define-o como incorruptível. “Seria
mais difícil se não tivéssemos o Pascal”, diz.
No campo, encontramos oito vigilantes exaus-
tos que acabam de terminar um exigente treino
de 48 horas. Ontem, fizeram simulações durante
o dia e exercício físico à noite, por isso dormiram
pouco. Hoje de manhã, correram e agora acaba-
ram de atravessar o mato em equipas de quatro,
de armas em punho: eram simulações de desloca-
ção e tiroteio, com dois homens sempre a disparar,
garantindo a protecção, enquanto os outros dois
corriam à sua frente. No final de uma investida, a
equipa apontou para um alvo em forma de tronco
numa árvore. O mais importante nesta simulação,
Parque Nacional
de Garamba
RDC
A floresta de Garamba e
as áreas de savana são tão
planas que uma elevação
subtil chamada monte
Bagunda serve de ponto
de observação para os
vigilantes da natureza.
Acampada sob a torre
de comunicações, uma
equipa pode ficar alerta
a incêndios, patrulhar o
terreno em busca de
caçadores furtivos e
transmitir informações
oportunas à base.